domingo, 6 de março de 2011

Nostalgia do andar

Não brinque com o destino de uma rua.

Os homens que a percorrem,
Os pássaros que a sobrevoam,
As casas que lhe dão moldura
Têm sua razão quando alimentam
O sentimento do encontro.

Oferecem rumos,
Indicam possibilidades,
Desafiam para o desconhecido.

Mas perdem seu sentido
Se não forem percorridas.

Um sentimento de entrega
E cumplicidade:
Como se algo passado dissesse
Que já a percorremos um dia.
A doçura e o encanto de saber
Que voltamos a ver o vaso na sacada,
A criança que brinca na calçada,
A senhora que dormita na cadeira de balanço.

Em que tempo, em que estação, com quem?
Não importa.
Apenas que há uma árvore frondosa,
No outro lado da rua,
Que me atrai,
Dando sentido a que continue a andar.

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