Preciso fechar os olhos para escutar melhor.
É quando o silêncio encosta janelas e acalma meu coração.
Descanso na dolência do tic tac de um relógio
e no balanço da cadeira que acomoda meu corpo...
Cumprido o ritual, é então que ouço música!
Não sei de onde vem, quem toca,
ou sussurra ao meu ouvido.
As vozes soam harmoniosas,
dispensam afinação,
surpreendem sem serem intensas ou estridentes...
Apenas e tão somente
emocionam, embalam, acarinham.
Tem uma música no ar:
a sua música,
a minha música,
a nossa música,
a daqueles que já não conseguem ouvir os acordes
somente sentidos quando se tem no corpo as marcas das
muitas e sofridas andanças.
Acordes que pulsam no jeito fluido da existência,
as notas que desnudam o passado
e propiciam o reencontro com fantasmas
que espreitam dos recônditos da alma.
Ouço a música que embala meus devaneios.
Uma mistura das muitas que ouvi
e agitaram a minha imaginação...
Voltar é o momento em que descerro os olhos
para o tempo presente...
O agora, precioso, no despertar de um encanto.
A magia propagada na cadência da própria história,
permeando o sentido das minhas saudades,
acalentando meus sonhos,
não permitindo que esqueça o gosto pelo ritmo da vida.
Valeu a pena e, com as marcas e as dores pelo corpo,
já não há sentido em desistir!
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