Começou, então, a discussão sobre um possível “14º salário”, que tramitou a passos de tartaruga e chega ao final do ano sem ter cumprido todas as etapas no Congresso. Como “possibilidade”, já remota para dezembro, mas viável para março de 2022. Sai o 14º salário? Ninguém pode afirmar, mas também dizer que não. É “possibilidade” e, em ano eleitoral, tudo é possível. Ainda há uma comissão na Câmara, Senado e, então sim, ser sancionado pela Presidência da República. Não é dinheiro certo, portanto, não contem com o ovo antes que a galinha ponha...
No entanto, alguns bancos estão maquiando anúncios que se referem à “antecipação do 14º salário”. É golpe, trata-se de empréstimo disfarçado pelo qual são pagos juros de mercado e, não se concretizando o benefício, será necessária renegociação para pagar a dívida. Em tempos bicudos, com pilas minguados, colocar mais uma conta na relação das já existentes significa asfixiar o orçamento. As chamadas mostram situações em que se pode gastar estes valores, propiciando bem-estar para a família. Sem contar que, depois de passadas as festas, a vida continua.
Outra “fake” que circula é a de que aposentados terão “aumento”. A notícia mostra o percentual que deve reajustar os vencimentos que, diga-se de passagem, não repõe a inflação. Não a que o governo e instituições informam com fartas explicações, mas a da feira, do mercadinho, do açougue, da padaria, onde se vê que, a cada mês, sobram dias e falta dinheiro. Aumento é quando há um ganho efetivo e real. O que se tem é a reposição, mesmo que esteja longe do que já se perdeu ao longo do ano, sempre ficando com a impressão de que o salário entrou em regime para emagrecer.
Cada vez me convenço mais de que temos uma geração de “velhinhos espertos”. Já se deram conta da responsabilidade em família, auxiliando a manutenção de filhos e netos, precisando de mais cuidado com os parcos recursos. Há receitas que são bem simples. O Banco, por exemplo, é um prestador de serviços. Não é um “amigo”. Tem interesse em vender produtos financeiros. Numa discussão, é difícil afirmar se estará ao lado do cliente ou da financeira, que incentiva a que se tome cartões de crédito - que nem sempre são necessários - e passam a ser uma tentação...
Infelizmente, “golpes” disfarçados de benefícios estão aí. Desconfie até de algum “Papai Noel” que queira “facilitar a sua vida”, quando as coisas estão difíceis e ninguém “dá almoço de graça”. É hora de gastar o mínimo necessário, porque tempos bicudos se mostram no horizonte para além de 2022. Ano eleitoral e que, infelizmente, vai trazer muita benemerência encobrindo razões espúrias da política partidária. São Nicolau, que deu origem à lenda do Papai Noel, ficaria ruborizado de vergonha se visse o que instituições financeiras e políticas estão fazendo em seu nome…
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