Desde os tempos em que “nossas terras” tinham as fronteiras demarcadas por cercas com mourões e arame farpado, a disputa era com animaizinhos que queriam se servir da nossa produção. Comprei duas lâmpadas de emergência, uma para o meu apartamento e outra para a casa deles, onde também morava minha sobrinha Vanessa. Em pouco tempo, a deles tinha “dado os doces”. Comprei outra e comecei a observar… noite sim - e outra também - meu pai e a Vanessa saiam, utilizando a lâmpada como lanterna, mais um pedaço de pau, para fazer guerra aos caramujos! Não tinha como durar…
Outro problema sério eram as formigas, que insistiam em sociedade e faziam suas trilhas pelo meio das plantações. Cirurgicamente, um dos dois se escalava, com as mãos na cintura e olho de lince, para fazer diagnóstico da situação. Num cantinho meio escondido era o lugar onde se encontrava a entrada para o formigueiro. Só então, saiam os dois em direção à ferragem do Nestor para comprar “remédio” para as formigas! Sim, meu amigo e minha amiga, eles sempre tratavam o veneno como “remédio”, só que em vez de vitaminar os bichinhos, acabavam fazendo um “formiguicídio”!
Depois que passaram a cuidar das hortas de um outro plano, sobrou para mim a disputa com insetos. Não tenho histórias com muito charme, mas, de vez em quando, tenho que arrumar “remédio” para os caramujos. Levo um tempo para me dar conta de que 2 + 2 são 4! Explicando: algumas plantas vão definhando, ficando com suas folhas tosadas e alguém diz: “tem caramujo no teu pátio”. Agora é na ferragem do Marcos que se consegue o pozinho azul capaz de acabar com os bichinhos, que ainda são devotos de Nossa Senhora Aparecida e fazem uma autêntica colônia no interior da gruta!
As formigas me perseguem na cozinha. Depois de orientação, passei a fazer limpeza geral. Mas… sempre escapa alguma coisa. E elas chegaram. Primeiro as preta, que terminei com inseticida. Faceiro, relaxei e… apareceram as miudinhas. Repeti o mesmo tratamento, mas não surtiu efeito. Pior: dia destes, ao arrumar o café, lembrei que usara a prensa para a janta. Somente coloquei na tomada e fui preparar o resto. Ao levantar a tampa, pontinhos de resto de comida… até que o Tico e o Teco funcionassem… não eram pontinhos, mas formigas que entraram ali e morreram assadas!
Um sobrinho dizia que se devia colocar um cartaz pedindo que os pássaros comessem caquis da parte de cima. E que os de baixo ficassem para nós. Infelizmente, é um tipo de acordo que não existe. Uma antiga briga da humanidade, encontrar o limite onde homens e animais convivam. Alguma função eles tem. Mário Quintana dizia: “um dia os homens descobrirão que esses discos voadores estavam apenas estudando a vida dos insetos...” Olhando para os céus, fica a impressão de que é só uma questão de perspectiva - o infinito, com certeza, é a graça da própria vida!
Nenhum comentário:
Postar um comentário