Daniel Scola, jornalista do grupo RBS, viajava pelo Japão quando precisou andar de metrô. Outono, chegando o Inverno e o frio se intensificava. Quando as portas se abriram reparou que, tanto do lado de fora, como do lado de dentro, todos – e eu disse todos – usavam máscaras, em época em que não se falava em pandemia. O costume se deve à poluição, por saberem que o uso protege dos estados gripais, comuns neste tempo, também para os que viajam juntos.
O apresentador Rodrigo Ruas estava do lado de fora de um mercado público. Descreveram as belezas e a história do local e veio a recomendação: não toque em nada, não apalpe nada! O péssimo costume de apertar tudo o que se encontra – no mercado ou na feira, é claro – levou a que muitos dos lugares que se visita tenham receio do comportamento do turista brasileiro, que julga serem suas férias períodos de “liberdade”, não importando onde se está e os costumes locais.
Empresários e políticos quiseram “levar vantagem em tudo, certo?” (Lei de Gerson) e foram vítimas da própria esperteza… políticos furaram a fila, para si e familiares, e ficaram com a marca de que prometem mundos e fundos, porém acabam colocando, em primeiro lugar, seus interesses, com argumentos encenados, lembrando lágrimas de crocodilo... E empresários em Minas Gerais que contrataram uma enfermeira mais esperta que cobrou por carne de lebre e entregou carne de gato!
Mas, de todas as “deseducações”, a mais triste é de que parcela da população não transforma informação em conhecimento. Milhares de pessoas sabem que precisam da vacina, receberam a primeira dose e, por diversos motivos, julgam estar imunizadas. Prejuízo para si e para a sociedade. Uma das grandes conquistas da humanidade – a prevenção pela vacina – já teve altos e baixos, conforme os governos de plantão foram capazes de deflagrar campanhas educativas e motivadoras.
Uso da máscara; o fato de que é preciso “ver com os olhos e não com as mãos” (você ouviu isto da sua mãe); abandonar a esperteza; ajudar idosos a entender o que acontece, faz parte do processo de educação. A pandemia aumenta o fosso entre quem possui recursos para aprender e quem mergulha no abismo da indiferença. Tempo de crise pode resultar em pacto social. O papa Francisco diz que “a educação é geradora de esperança”. Em contraponto, a ignorância é a morte silenciosa das consciências. Estamos perdendo a guerra, ao não garantirmos um futuro para as novas gerações…
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