O filme "Paulo, o Apóstolo" vai encontrá-los em Roma - anos 67 - quando Nero incendeia parte da cidade e faz dos cristãos (religião exótica para eles) bode expiatório necessário para desencadear as cenas de perseguição, tortura e martírio. Paulo está preso e tem em Lucas um companheiro fiel que o acompanha em seus últimos momentos. Recordam suas jornadas - o anúncio da Boa Nova - enquanto andarilhos e registravam o que seriam o Evangelho de Lucas e os Atos dos Apóstolos.
Quando as mortes começam a acontecer, evidencia-se o dilema: como amar a quem os persegue? Como rezar em meio a tanto sofrimento? uma das belas cenas é quando, em diversas situações, reza-se o Pai Nosso: o prisioneiro fazendo o ritual da Eucaristia; os condenados a caminho da arena para enfrentar as feras e os libertos que deixam Roma em busca da sobrevivência. A tensão se mostra quando Paulo anuncia que a decisão tem que ser pessoal, baseada no amor, que desencadeia a solidariedade.
Paulo purga seus pecados sabendo que seus crimes foram medonhos. Seus sonhos são atormentados pelo martírio de Estêvão, que morreu à sua frente e com o seu consentimento; passando por aldeias onde matou homens, mulheres e crianças. Com um único crime: acreditaram na pregação do Homem de Nazaré e dos seus seguidores.
Ao longo da História e ainda hoje, a cada instante, há alguém que reza o Pai Nosso. A energia mística que faz de uma prece a capacidade de dar forças em momentos difíceis, estimular a que não se desista, mostrar todo o carinho de Deus para com o ser humano. Paulo sentiu isto. Na sua morte, reencontra todos aqueles que vitimou. Não há mais perseguidos e perseguidores, mas a certeza de que também pode ser perdoado.
Faz a jornada de um convertido. Uma alma que se liberta de seus tormentos. Descobre que a pedagogia do amor trabalha com as fraquezas e omissões. A abertura para o Infinito é que pode fazer o homem reencontrar a sua própria humanidade. E a certeza de que, apesar de todas as agruras, percorrendo caminhos incertos e doloridos, ainda guarda - na saudade da morada eterna - uma fagulha de Deus!
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