Hoje recebi uma mensagem pelo facebook falando a respeito do aniversário de 11 anos de falecimento de um filho. Para marcar a data pediam que pessoas partilhassem de experiências vividas pela perda de um ente querido ou a superação de um câncer.
Minha família esteve envolvida nas duas: hoje, vencemos, quando resultados de exames mostraram que o material coletado de um ente querido era benigno. Em momentos difíceis como os que estamos vivendo agora com minha mãe - 87 anos, debilitada fisicamente - teríamos que passar por todo um calvário que enfrentamos durante quase um ano, até março do ano passado, quando meu pai faleceu.
Lembrando, agora, com algumas feridas cicatrizadas e outras ainda sendo tratadas, fica o sentimento de que, quando da partida, viramos quase zumbis: não sabíamos bem o que fazer, porque conviver com a doença e alcançar forças havia se tornado parte das nossas vidas. Ficamos reféns do câncer.
O impressionante é que mesmo que nos preparemos para envelhecer, o que é natural, porque isto começa a acontecer quando nascemos, não conseguimos nos preparar para a perda dos mais próximos: buscamos um olhar, um sorriso, uma palavra sussurrada ou apenas, no sono, o arfar de uma respiração.
O câncer hoje já começa a não assustar tanto. No entanto, há um longo caminho a ser percorrido. Nele, muitos ainda vão ficar para trás, e, nas salas de tratamento, encontramos crianças, jovens e idoso precisando de consolo e de afeto, marcando presença e, na própria debilidade, encontrando uma razão para viver.
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