terça-feira, 28 de agosto de 2012
A síndrome da Avenca
Quem pôde passear pela encosta de um morro, por caminhos ou estradas de chão, em direção a uma sanga, sabe o quanto é prazeroso andar por sobre as pedras, ou com a água pelas canelas, sentar numa encosta e aproveitar o verde da mata e o canto de pássaros que se perdem na distância. Neste clima privilegiado pela luminosidade difusa e a umidade ideal desenvolvem-se samambaias e surgem, também, as Avencas.
Depois de viverem em paz na natureza, foram transformadas em plantas ornamentais, transferindo-se para jardins e interiores das casas. Certamente, uma das frases mais populares entre aqueles que lidam com este vegetal é: “frágil como uma Avenca”. Nem vento demais, nem ar de menos; nem sol demais, também nada de escuridão absoluta; nem excesso de água, ou a aridez do seu abandono.
No conhecimento popular, é uma espécie de “afastadora de maus olhados”. Dizem até, a boca pequena, é capaz de absorver energia negativa, podendo murchar se houver alguém invejoso na área. Pois é aí que inicia minha história: uma amiga contou que, ao ganhar uma muda, também recebeu a recomendação de que, se passasse por algum momento difícil, não se preocupasse com os transtornos que causaria à planta.
Descrente, plantou-a com todas as recomendações de jardinagem, mas esqueceu dos avisos. Algum tempo depois, quando passou por um processo de investigação de câncer, veio a comprovação: a planta passou a sofrer com ela. Primeiro, as folhas secaram. Ao recebeu a comprovação de que era benigno, sujeito a tratamento, começou a refazer sua própria vida, assim como a encontrar os novos brotos na Avenca!
Tenho duas mudas: ganhei uma e a outra nasceu num vaso de flor. Hoje, vejo-me na dúvida, pois uma está em seu apogeu, exalando vitalidade, com muitos brotos novos. A outra, no entanto, desfaleceu e está completamente podada. Um pouco é este tempo maluco em que tivemos uma Primavera antecipada em pleno Inverno. Se não for assim, vou ter que consultar um especialista em Avencas para saber como tratar dos seus e meus humores: quem sabe está nascendo aí a síndrome da Avenca.
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