Domingo pela manhã. Friozinho depois do banho. Toca a campainha, espio pela janela, dois jovens de uma igreja. Vontade de ficar quieto, mas em respeito por eles estarem fazendo algo que pensam ser sua missão, saio à rua.
O rapaz é direto: o que eu penso da relação entre religião e política. Explico, pela história, que não é bem assim, pois os embates ligando política com religião sempre tiveram um fundo econômico.
Ele se mostra surpreso e ela calada. Ele retorna: mas como as religões se diferem. Digo que ele faz uma certa confusão, pois se formos olhar pela ótica da fé, a crença é a mesma, num mesmo Deus, que único e criador.
O que nos diferencia é a "religião" - de "religare" - o jeito como nos reunimos por afinidades, para fazer esta religação com Deus. Silenciou um pouco e agradeceu. Gradativamente, recolheu a revista que estava alcançando e disse que hoje tinha aprendido algo que não imaginava.
Voltei para dentro de casa sorrindo. Creio que entenderam que fazer religião não é apenas proselitismo, mas respeitar o outro enquanto ser humano, estudar e, à noite, olhar para as estrelas e imaginar o quanto Deus está sorrindo destas nossas pequenas pirraças.
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