Os principais jornais do país
publicaram esta semana que as mudanças na legislação da aposentadoria –
incluindo o fim do fator previdenciário – que poderia ser votado antes da
eleição é um engodo eleitoral, que a presidente Dilma quer levar “com a
barriga”, para que não se resolva de imediato. O presidente da Câmara dos
Deputados, o gaúcho Marco Maia, foi seduzido por jantares no Planalto e pelo
convite para integrar a comitiva que vai à Inglaterra assistir aos Jogos
Olímpicos.
A discussão se alonga e a
estratégia do governo é não resolvê-la apontando problemas que seriam criados,
para os quais os já aposentados e futuros em nada contribuíram. Mas que teriam
que pagar a conta, em vista de desmandos cometidos em passadas administrações,
todas sob o comando do mesmo partido, que não pode atirar pedra sobre os
administradores anteriores, pois as atirariam sobre seu próprio telhado.
Três questões, hoje, angustiam: a
forma como a saúde é tratada, o sentimento de que estamos num país onde impera
a insegurança, e a sensação de que, pensar em aposentadoria, é definhar longe
de garantias e retribuição que este tempo deveria ter.
Algumas profissões, entre elas a
de professor, que hoje exerço, são de alto desgaste, fazendo com que, relativamente
cedo, recorra-se a medicações, especialmente para a pressão arterial,
colesterol, ansiedade e depressão. Nada mais justo do que, passado o tempo em
que foi cumprido o que o governo pediu – 35 anos de atividade comprovada – se
possa “descansar em paz”. Infelizmente, a expressão tem se concretizado para um
bom número que, não contando com retribuição adequada, morre cedo.
Aposentado vota, tem tempo para
ficar atento àqueles que agem contra seus interesses e pode fazer campanha. Da
presidente, que manobra por interesses não esclarecidos, passando pelo
candidato a prefeito e chegando ao vereador que apóia estas ações, é hora de dar
um basta. Aposentado, mas não morto: tem direito à dignidade de viver a terceira idade com o
fruto de seu trabalho e não com propostas assistencialistas que rendem votos dos
incautos, mas não daqueles que, hoje, sentem na pele a insensibilidade de
governos que pensam em cifrões, mas não em saúde, segurança, educação e....
aposentadoria.
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