terça-feira, 15 de novembro de 2011

Vinícius

Dia de viver uma saudade. No mesmo dia em que minha mana Leonice completa aniversário, também marca o dia em que o Vinícius partiu. 14 anos, cheio de energia, deixou Pelotas para ir com a família para a Serra. Não chegou a Porto Alegre. Um acidente vitimou a ele e a seu irmão Cássio.
Cerca de 20 anos depois, ainda dá um sentimento de frustração, pois ele havia se desentendido com seu pai e disse que ficaria na minha casa. Na véspera me ligou para dizer que tudo estava bem e que iria junto. "Mas que voltaria, nem que fosse em minhas lembranças".
Foi o que nos restou. Nunca tive grandes problemas com a morte. Já convivi com ela quando partiram meus irmãos - Loci e Cláudio - assim como meu pai. Mas a partida do Vinícius deixou um vázio muito grande pelo jeito carinhoso como o adolescente me tratava, ouvindo e sendo ouvido, compartilhando cada coisa nova que a vida lhe oferecia. Era tanta coisa que se lhe apresentava que a vida era um turbilhão de emoções que... um dia ... teve fim prematuramente.
Muitos e muitos anos se passaram, mas a sensação é frustrante de um quase filho ter partido quando havia tanto ainda a ser compartilhado. Nas fotos, nos objetos, nas trocas de saudades com sua mãe, a Jânea, ficou a marca que não se apaga: seu sorriso fácil, seu riso sedutor, seu olhar envolvente não desapareceram, persistem em dizer que a vida continua e que ele fez, faz e sempre fará parte do nosso existir.

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