As "meninas" do Voltando à Sala de Aula" completaram 15 anos de atividades. Não as acompanhei desde o início, mas a partir do segundo ano, quando me convidaram para falar a respeito de comunicação na terceira idade. O amor foi recíproco: periodicamente volto a falar do mesmo tema ou outros ligados à espiritualidade.
A Celebração da Palavra não foi apenas um ato religioso de ação de graças, mas também um dar sentido a uma caminhada construída em conjunto, com seus acertos e erros; rusgas e atos de carinho; presenças e ausências.
Fiquei me perguntando o que é viver plenamente a terceira idade, onde elas se encontram dos 50 àquelas idades indefinidas que não se pergunta para uma mulher. Acho que não há respostas prontas para muitas questões da vida, mas para esta em especial. No entanto, há um elemento presente na resposta de todas as perguntas: a necessidade do convívio e de sair da volta dos próprios problemas.
Isto elas fazem muito bem: seu orgulho pelo grupo, a capacidade de perderem o senso do ridículo para qualquer atividade a que são chamadas, desde o teatro, passando pela música, até os inúmeros passeios.
Meu olhar se emociona, quando volto a estar com uma turma onde poderiam estar muitas amigas, minha máe e, quem sabe, se estivesse viva, minha avó. O olhar é de carinho quando alguma dormita na tranquilidade de quem está junto de amigos e não precisa sentir-se mal porque o corpo não aguentou aquele palestrante chato, pouco depois do almoço, no lugar da séstia.
Foi trabalhando com o "Voltando à Sala de Aula", que me animei a interagir com outros grupos como, em Pelotas, o grupo da Terceira Idade do SESC, assim como o CETRES. Todos eles me retribuem com algo que se transforma em bálsamo para a alma: carinho, muito carinho. Ser envolvido por uma energia positiva de quem, tendo vivido muitas e muitas experiências, ainda tem pique para enfrentar novos desafios, mirando horizontes onde, como diria o Pequeno Príncipe, pode-se encontrar aqueles que cativamos.
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