O João de Barro já visitou seu antigo ninho, no alto da Nogueira, providenciando o que é necessário para uma nova ninhada; a Laranjeira já está florida e cada lufada de vento faz o processo natural de seleção daqueles pequenos rebentos que ainda serão frutas; um passarinho (não sei o nome) voltou a ocupar a caixa de correio, trazendo gravetos, que se transformarão em ninho.
Primavera. Um novo tempo: as pessoas se dão ao direito de sorrir e sair em longas caminhadas, sem importar até onde, sem querer saber por quanto tempo. O ar mais aquecido faz com que nos tornemos mais leves, em vestimentas e em espírito. Idosos e doentes tomam força para deixar a clausura do quarto e sentarem-se ao sol, ou andar pelos pátios e conversar com os vizinhos na frente das casas.
Cada arbusto dá uma lição de vida: a Romã que eu julgava morta, joga seus tenros brotos e - mesmo que a poda tenha sido mal feita, ceifando uma árvote de bom porte e com a produção permanente de frutos - promete que em poucos anos retomará a sua vitalidade.
Tudo é esperança. Tudo é aroma que faz levantar a cabeça, colocar o rosto na direção do sol e sorver a vida, que, além de se renovar, retoma seu sentido, deixando para trás o Inverno, com a sua melancolia de dias fechados.
Feliz Primavera! Gostaria de compartilhar o existir, carinho, esperanças. Sobretudo, buscar novamente nos meus amigos e familiares a capacidade da cumplicidade. A mesma que não nos deixa esmorecer, como a seiva que, silenciosamente, alimenta e dá sentido à própria vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário