Manhã de conversa com professoras na Creche São Francisco de Paula, onde são atendidas crianças pobres. Provocar o debate sobre o perdão, com duas palavrinhas mágicas que lhe são complementares: obrigado e desculpe.
Pelos olhares, o sentimento de que tocava em cada uma delas, especialmente quando a gente trabalha com crianças, onde a necessidade da tolerância é grande e ser capaz de reconhecer algo de bom - obrigado - é a tônica. Mas também a capacidade de entender o erro próprio - desculpe - acaba fazendo a grande diferença.
Amar não é aprisionar o ente amado - este é o maior erro da frase que se tornou clássica do filme Love Store "amar é nunca ter que pedir perdão" - mas a capacidade de que, mesmo protegido, também se sinta em liberdade para alçar o próprio vôo.
Amar é ter que pedir perdão quantas vezes for necessário, mesmo que não seja fácil, para que a vida continue, talvez com alguma marca (as feridas deixadas por nos sentirmos agredidos com maior ou menor intensidade - com a consequente marca em nossas almas: algumas tenras e que logo desaparecem, outras profundas e que, mesmo o tempo, depois de curá-las, não as faz desaparecer)
Sendo no seio da família, no lugar de trabalho, numa cama em recuperação, na carícia de uma mão infantil, no olhar de um idoso pedindo amparo, as palavras mágicas existem: obrigado (por cada segundo da existência), desculpe (poderia ter sido bem melhor e eu atrapalhei), mas no ato de compreender e perdoar está a presença divina que nos faz melhores, mais tolerantes, mais capazes de ser e repartir a felicidade.
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