Nos meus bons tempos de primeiro e segundo grau, era comum ouvir que certas escolas - como era o Seminário Diocesano, onde estudei - tinham um estudo puxado. Significando que havia um compromisso da estrutura educacional em ter um conteúdo denso e dos alunos que desejavam sair da média, aproveitando uma oportunidade que lhes abriria portas para a vida, independente se seguiriam a vida sacerdotal, ou não.
Pois foi uma das constatações a que cheguei quando a recente prova do ENEM consagrou que das cem escolas mais qualificadas, apenas 13 eram públicas e, destas, as melhores colocadas, tinham alguma vinculação com um ensino mais puxado, especialmente ligadas ao meio militar.
Era isto que se falava na minha época. Dois ensinos que eram considerados exigentes eram nos seminários ou nos meios militares, porque havia algo que falta hoje: espírito disciplinado. Éramos conscientes de que precisávamos do estudo, pois vindos de famílias pobres, era a grande oportunidade de uma mudança de vida. Aceitávamos a forma como eram ministrados os conteúdos e respeitávamos as normas, especialmente horários e o trato com os professores e superiores.
Claro que o tempo passou, hoje vivemos uma época diferente, mas, parece, o relativismo que se defendeu para a educação não deu resultado: nossos alunos não confiam no processo educacional, portanto, não vêem muito sentido em seus conteúdos e nem acreditam que os professores lhes sejam referências que precisam ser reconhecidos e respeitados.
Um sinal de alerta veio exatamente desta prova: estes jovens que optaram por uma formação mais difícil, vão ter fortalecidos seus espíritos e farão a diferença, numa época em que os jovens acham que tudo podem e que nada lhes fará mal. Sinto dizer que não é bem assim, mas, infelizmente, ao se darem conta de que perderam seu tempo, infelizmente, já estarão atrasados. E, no relógio da vida, quem deixa escapar um segundo pode perder a eternidade.
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