sábado, 9 de abril de 2011

Não tenho tempo


Eu já não tenho o tempo que imaginava.
Não tenho o tempo do sol,
Falta-me o tempo do vento,
Desapareceu o tempo da presença.

E como faz falta o tempo da presença!

O tempo em que já não se pensa no tempo,
Porque é o momento em que se partilha
Da eternidade.
Dividir o tempo é como se o Divino
Brincasse com o efeito multiplicador:
Sempre falta tempo.

É quando se mede o tempo por carícias;
Não são estabelecidos padrões para os beijos
E deixar olhar no olhar é, apenas,
Viver o tempo presente.

Eu já não tenho o tempo que imaginava.

Mas chega o tempo da eternidade.
Muito tempo. Pouco tempo.
Com que medida se mede este tempo?

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