Faltando menos do que uma semana para as eleições, este é o tema do qual se precisa falar, embora alguns acreditem que esteja batido e rebatido. Engano, o zelo pela democracia é elemento fundamental para que se respeite a cidadania, tendo no voto o elemento chave. Meus candidatos estão definidos e vou levar uma “cola” para não me atrapalhar. Diferente do segundo turno, quando são até dois votos, ou das eleições para prefeito, a fila contempla deputado federal, estadual, senador, governador e presidente.
Digo isto porque nas eleições passadas não fiz a
“cola” e me atrapalhei. Perdi um voto! Para quem defende o voto sempre, é a sensação
de que ficou incompleto. Prepare seu voto com carinho. Um pedaço de papel, converse
com familiar ou amigo de confiança e complete a cédula. Fique atento: este ano,
não pode usar o celular. Não vai ser permitido portar o aparelho enquanto
estiver na urna. Segurança justa e necessária para que o meu, o seu, o nosso
voto seja apenas o meu, o seu, o voto de cada um, sem interferências...
Difícil dizer o que alguém deve esperar dos
candidatos, num tempo em que se ouve a repetição das mesmices de praticamente
todas as eleições. Mas você já sabe quem andou por vilas e interior pedindo
voto e depois sumiu. Então, suma com o voto nele! Tem também o paraquedista que
até já viveu em outros lugares e agora quer dizer que conhece a sua realidade.
Desconfie... Se a figura política lhe prometer o óbvio, que já é um direito seu
e pelo qual nunca se importou, porque vai fazer isto exatamente agora?
Infelizmente, o brasileiro desconhece o conjunto dos
seus direitos e deveres. Quando sabe de alguma coisa é parcialmente, porque
alguém o alertou. Então é triste se ouvir um candidato dizer que vai defender
direitos óbvios da família ou a liberdade religiosa, por exemplo. Como assim?
Sendo uma figura pública, quase todos presentes de alguma forma na vida política,
já sabe (e se faz de ignorante) que a proteção da família e o respeito ao credo
alheio já estão na Constituição Federal de 1988.
Interpretações deturpadas ou interesseiras (quando não
mal-intencionadas) ainda não concretizaram todos os direitos, no caso de dar
dignidade à estrutura familiar e, no direito ao credo de cada um, misturando
política partidária com crenças, que acirram ânimos e impedem o conhecimento
das reais intenções. Poderes públicos – executivo, legislativo e judiciário – devem
respeitar o estado laico por representar a todos e não apenas a um grupo que
mais do que um projeto de governo tem um projeto de poder.
Infelizmente, não aprendemos com a história o quanto
interesses partidários que se instalam em religiões são nefastos à própria
religião. A Igreja Católica, assim como as evangélicas tradicionais, tem na sua
doutrina social elementos para definir o voto e não passa pela eleição de
padres, pastores ou reverendos. Atuar na política partidária é função dos leigos,
lembrando o documento de Aparecida (Igreja Católica): “o leigo é a presença do
Mundo no coração da Igreja. E a presença da Igreja no coração do Mundo!”
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