Caminhar sem rumo, até onde desaparecem
As luzes da cidade e resta o brilho das estrelas.
A solidão é compartilhada com a Lua
Que, no seu brilho gélido, oferece abrigo e conforto.
É um caminho para encontrar solidariedade,
O lugar da confidência.
Uma necessidade humana da qual os Anjos
Se utilizam para amenizar dores e a solidão...
Transforma-se em cumplicidade.
E também em confiança.
Transita pelo lugar onde duas almas
Encontram sintonia,
Num sentimento próximo ao divino.
Um Anjo sussurrou ao ouvido de Deus
Ser um jeito humano de suportar
Segredos revelados ou insinuados.
Assumindo proporções em que se precisa
De um ombro acolhedor.
É uma porta entreaberta permitindo
Acalentar o desejo de que, até na loucura,
Se encontre alguém para compartilhar
Incertezas e agonias.
A confidência nasce ao abrigo da alma.
Permite a quem não abre mão
Dos seus sonhos rasgar a tormenta,
Ultrapassar barreiras e sorver as gotas da chuva
Acariciando um corpo cansado,
Sem se deixar abater.
Seu sentido está num tênue filete de vida
Insistindo - e nunca desistindo - de se redescobrir.
Se por acaso, numa noite fria e serena,
A Lua lhe fizer confidências, acredite.
A Lua não é apenas e tão somente dos namorados,
Mas daqueles que aprendem a mirar os céus
E encontrar as estrelas, por sobre as nuvens,
Sem deixar de tremeluzir no firmamento
Porque se aproxima uma tempestade.
A esperança que viceja na magia do eterno silêncio,
Por caminhos onde se descobrem marcas da própria vida.
Nas confidências feitas aos Anjos ou à Lua,
Quando a escuridão tem gosto de aurora,
Despertando os primeiros raios de sol no amanhecer...
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