O garoto na moto pede calma ao apressadinho que buzina porque a senhora idosa deixou o carro apagar quando o sinal abriu... a mesma senhora dá preferência à menina que anda de skate. O motorista de ônibus indica para o pai que o filho está com o cadarço do tênis desamarrado e no qual, perigosamente, pode tropeçar... o mesmo menino vê que um idoso à sua frente vai atravessar a rua equilibrando um pacote grande e se oferece para ajudá-lo.
O senhor com uma deficiência física se preparava para cruzar a rua em frente ao condomínio, na faixa de segurança... O motorista passou rente ao pedestre que lhe apontou a faixa de preferência, razoavelmente sinalizada... Do carro, um brado de xingamento, uma parada brusca, marcha à ré e a ameaça de sair para as vias de fato... A turma do "deixa disto" interferiu de dentro do carro, mas continuaram os palavrões, infelizmente, de ambos os lados...
O primeiro relato faz parte de um institucional que está nos meios de comunicação com o slogan "O trânsito pode deixar marcas boas". Campanha necessária para educar motoristas, motoqueiros, ciclistas e pedestres para um princípio básico da convivência: o respeito pelo outro. O segundo, a triste realidade do que acontece nas ruas, onde ainda são muitos os casos em que aquele que tem um veículo mais potente se acha no direito de ditar normas de trânsito.
É repetitivo dizer que ainda temos péssimos condutores "se achando"... Eles estragam uma relação que dá sinais de melhora, embora ainda longe do ideal. Temos gerações de motoristas que se formaram de forma errônea, encantadas com o potencial de suas máquinas e acreditando que as norma são para os outros. Sentem-se incomodados quando alguém os adverte e pouco levam em consideração se o que fazem está servindo de mau exemplo para seus próprios filhos que, muitas vezes, estão no carro.
Entre a cordialidade do comercial de televisão e a selvageria que muitas vezes se vê nas ruas não há muito o que pensar: investir fortemente na educação das crianças e adolescentes que, em muitos casos, serão a "consciência" que os pais não têm para discernir entre o certo e o errado. Infelizmente, para os mais velhos, a velha máxima: forte fiscalização e que sofra a parte mais sensível do corpo humano... o bolso, através de multas e, em alguns casos, perda da carteira de motorista e sanções legais.
Na peça publicitária, em dia de garoa, o motoqueiro indica para a motorista que o vidro do carona está abaixado. Um obrigado e a janela é fechada. Parece pouco, mas é o bom senso e a gentileza que tornam as cidades e estradas espaços de convivência onde as marcas boas preservam a cidadania... nos sentimos melhores quando a retribuição por qualquer um de nossos atos é - apenas e tão somente - um sorriso agradecido!
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