Dois fatos e uma lembrança: a Prefeitura de Pelotas iniciou o processo de transporte de pneus que se encontravam num lixão para um centro de reutilização deste material; algumas ruas de bairros da cidade começam a receber a instalação de canos para ampliar a rede de esgoto; em tempos de calor exacerbado, sentimos falta de que exista mais verde pelas ruas, parques e praças.
O caso dos pneus é quase de saúde pública. Quando foram recolhidos, havia a promessa de reciclagem, podendo ser utilizados na composição de canos. Também poderiam ser usados num novo tipo de asfalto que mesclasse os materiais. Embora os discursos de ocasião, nunca se concretizou e faziam um visual feio e perigoso nos locais onde eram armazenados a céu aberto, com os mosquitos batendo palminhas pelos criadouros naturais!
Com relação aos esgotos, considerados como "obras enterradas", não é daquelas preferidas pelos administradores públicos, porque não aparecem e não se faz discurso sobre o "aqui jaz"! Mas são muito importantes considerando que grande parte de nossos problemas de saúde começam, exatamente, no mau direcionamento e na falta de tratamento dos dejetos que saem das casas.
A lembrança ficou por conta de que Pelotas é considerada uma cidade pobre em árvores há muito tempo. Em meados da década de 80, o então prefeito Bernardo de Souza fez uma campanha para que se arborizasse a cidade e declarou um sonho: gostaria de ver algumas avenidas com Paineiras - do tipo que existe na João Pessoa, em Porto Alegre, belas, altas, distintas, uma marca do verde entre o céu e a terra.
O responsável por parques e praças disse que as Paineiras levam muitos anos para se desenvolver e a administração deveria pensar no curto prazo. Bernardo foi enfático: "a cidade também precisa ser pensada para o futuro!"
Poucos são aqueles que têm esta visão: somos imediatistas, queremos para o hoje, no máximo amanhã. Desta forma esquecemos que a cidade precisa ser um investimento no futuro, que talvez não apreciemos, mas dará qualidade de vida a nossos filhos, netos...
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