Pela manhã, é um problema. Ouvir ou assistir algum programa de rádio ou televisão que dê a temperatura e a previsão do tempo. Se, como eu, vai ficar em casa, estabelecer uma rotina que tem o levantar, o café, arrumar a casa, fazer alguns exercícios e… tomar banho! O maior de todos os exercícios – e sacrifício, porque a gente salta mais fugindo dos pingos frios do que dos boletos que se acumulam para pagar no início de cada mês. Liga o chuveiro, experimenta a água e dá uns pulinhos pra “esquentar”! O bom é entrar rápido para baixo, mas e cadê a coragem?
Depois é escolher as roupas. Literalmente, é a vez de armar as camadas. O frio dos últimos dias exigia que, mesmo dentro de casa, iniciasse por uma camiseta térmica, cuecão e meias de lã; depois, a segunda camada: um abrigo e uma camiseta comum. Fechando com um blusão de lã. Tudo posto, deixar um casaco de sobreaviso para as necessidades de sair à rua. Trocando as pantufas (estas companheiras que me afastam da possibilidade de ser um “pé frio”) por um calçado fechado e capaz de manter o conforto e o calor porque, na rua, “encana” o vento e nem reza forte salva o vivente!
Não me animo a dar minha opinião entre o frio e o calor. O primeiro tem seu charme, também problemas sociais enfrentados por quem trabalha ou, por necessidade, está nas ruas. O segundo, beneficia quem usufrui de férias e viagens, mas torna mais estafante quem não consegue fugir do trabalho nosso de cada dia. Sou mais das temperaturas amenas da primavera e do início do outono. Os extremos são uma tentação para se esquecer a rua e aproveitar os benefícios de uma boa sombra ou do aquecimento dos aparelhos e, aí, um outro problema: e a conta da luz?
E tem a “friaca”, quando o frio se mistura com a umidade. Teve um dia da semana passada que foi exatamente assim: um tempinho bem “Pelotas” onde a proximidade com a lagoa e outros pontos de água dão a alguns momentos no início do dia - com a serração fechada - uma visão que oculta os pontos mais distantes e faz a gente se retrair ainda mais nas ruas. A mistura potencializa a sensação de que só se encolhendo para resistir e, aí, fica-se com a impressão de que todos os ossos foram moídos e se precisa de um bom chimarrão, chá ou café bem quente para sobreviver.
Sempre achei exagerado quando alguém reforçava o guarda-roupa com luvas, toucas, capuz e mantas. Este ano, desisti da minha “coragem” de enfrentar o frio. Iniciei usando o capuz de um casaco. Gostei e fui em busca de uma touca e, já que estava na loja, comprei luvas para os momentos de leitura. Podem rir: eu aparentava alguns quilos a mais e movimentos bem mais lentos… mas, em compensação, estava bem mais quentinho. Então, o resto… é espiar a rua, esperar o inverno passar e lembrar que, logo, logo, a primavera traz ares bem mais amenos e uma nova disposição!
Nenhum comentário:
Postar um comentário