Também a partir da virada do mês, os aposentados que declaram Imposto de Renda (vou cansar de dizer que é imposto sobre salário e não sobre renda) com mais de 60 anos terão direito à restituição, quase sempre de parcela pequena daquilo que o leão da receita abocanhou. Para quem consegue ainda organizar, nem que seja minimamente as suas contas, são reais contados que reforçam o caixa e dão uma folga no dia a dia. Sendo guardados, quando possível, para situações especiais.
Das chamadas “notícias boas”, algumas nem sempre se confirmam. O caso da diferença no cálculo do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, para quem trabalhou de 1999 até 2013. Muita gente esfregou as mãos sentindo pingar alguns reais, porém o Supremo Tribunal Federal tirou de pauta a ação que seria julgada no dia 13 de maio. Literalmente, “quando o milagre é grande, até o santo se assusta!” E quem já espera há quase dez anos vai voltar pra poltrona do vovô e se acomodar.
Aposentados e pensionistas são dos mais prejudicados porque sabem que a derrocada econômica (que não veio com o coronavírus, mas se acentuou com ele) penaliza quem tem os menores salários. Veja-se o exemplo de comentaristas de economia que mostram suas tabelas sem se aproximar de uma gôndola de supermercado, onde a inflação dos supostos técnicos não tem absolutamente nada a ver com aquela que se verifica no dia a dia, especialmente, nos gêneros de primeira necessidade.
A gangorra das notícias desencontradas cria muita confusão. Não basta o idoso fazer a previsão dos próprios gastos, pois transformou-se em arrimo financeiro de família. Assiste a filhos e netos perderem empregos ou ter vencimentos reduzidos, levando a pedir socorro a quem ainda tem os parcos recurso de uma aposentadoria ou pensão. Em algumas situações, o casal ganha dois salários mínimos e precisa manter quatro ou mais pessoas, com moradia, vestuário e alimentação.
O auxílio emergencial, em 2020, injetou um pouco de ânimo na
economia. O início de 2021, sem o auxílio, mostrou o lado macabro
da insensibilidade de políticos que controlam a máquina pública.
Sem abrir mão de altos salários, deixaram por meses pessoas
passarem fome e, agora, distribuem esmolas... Para distrair, atritam
facções ideológicas que polarizam confronto do qual a maior parte
da população não participa. Enquanto a caravana passa, em todo o
seu esplendor, precisa continuar sobrevivendo, nem que seja
recolhendo migalhas que caem das mesas dos seus senhores…
Nenhum comentário:
Postar um comentário