A presidente Dilma atingiu 71% de aprovação dos brasileiros, especialmente daqueles que vivem na região Sul e Sudeste, onde, nas eleições presidenciais, foi derrotada. Os números têm uma mensagem: respaldo para a faxina (nome que ela não gosta), que varreu ministros e assessores de primeiro escalação, acusados de corrupção e que, nos governos de FHC e Lula, teriam sido preservados, agora, são afastados.
Este cheiro de que há alguma coisa de ético acontecendo em Brasília levou aos gaúchos e demais estados da nossa região a repensar seu posicionamento. Dilma herdou um governo com problemas e, inicialmente, tinha que agradar ao padrinho. No entanto, os observadores políticos esperavam o momento em que os pratos seriam quebrados.
Não deu outra. Tendo chegado ao seu limite do que poderia agüentar dos desmandos de ministros e assessores herdados, passou a agir com cortes cirúrgicos, especialmente naqueles que se julgavam acima do bem e do mal e que nunca seriam atingidos, balançando, inclusive, a sua relação de poder tanto com o Partido dos Trabalhadores – PT (que sofreu profundas transformações – e para pior), quanto o camaleônico Partido do Movimento Democrático Brasileiro – PMDB (capaz das mais estapafúrdias modificações de seu suposto breviário ideológico para continuar no poder).
Sou repetitivo ao dizer que acho a figura da presidente extremamente burocrática, mas tenho que reconhecer que ela começou uma mudança inimaginável na administração dos dois mandatários passados. A coragem de se indispor com setores conservadores e vinculados a práticas que nos conduziram à corrupção e ao atraso, fez muita gente que já estava silenciada se dispor a voltar à luta pela moralidade e a uma política saudável.
Além daquilo que é nossa obrigação – cobrar o andamento de projetos que tornem transparente o mundo da política – também é necessário dar respaldo àqueles – como a presidente Dilma – que mostram disposição pelas mudanças. Deixá-la sozinha – independente de partido – é covardia, que poderemos pagar quando olharmos para trás e vermos que poderíamos ter feito a diferença e nos omitimos.
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