Se eu lhe dissesse: pense uma imagem para Jesus? O que responderia? Possivelmente, pensasse nestas imagens que se vêem nas igrejas, muito bem intencionadas, mas absolutamente equivocadas. Estudos de hoje comprovam que, para ter vivido onde viveu e da forma como viveu, Jesus teria um biótipo negróide, sem os longos cabelos louros, ou os seus cachinhos correspondentes, imagem que nos vem da ocidentalização do Cristianismo.
Nossa petulância é tão grande que não vemos coisas bem simples: diferentes raças fazem diferentes representações de Jesus. Os asiáticos dão uma puxadinha nos olhos; os africanos, uma tostadinha na pele; os indígenas um traçado mais para bugre. Algum deles deixa de ser Jesus? Não.
Estou preparando uma palestra com um título muito singelo: “Tire a poeira de Jesus”. O primeiro olhar é de absoluta desconfiança. “Brincadeira”. Pois sinto dizer que não é brincadeira, não. É sério. Dois mil anos de história depositaram uma senhora camada de poeira sobre esta que é uma das figuras mais fantástica da história da humanidade.
No entanto, nossos religiosos cristãos – de todas as confissões – foram fazendo um Cristo a sua imagem e semelhança. Ficou lá no fundo da história, nos recantos de Jerusalém, aquele homem forte, desafiador, bem-humorado, capaz de tiradas que deixavam seus adversários sem fôlego!
Augusto Cury diz que não é religioso, mas respeita e admira a figura histórica de Jesus. Seu olhar por sobre as Escrituras nos atordoa, porque mostra que poderíamos viver e fazer muito mais se fôssemos capazes de aceitar verdadeiramente o homem que diz: “eu sou o caminho, a verdade, a vida”.
Tire a poeira de Jesus. Não é apenas uma provocação, é apontar uma perspectiva. Depois de dois mil anos, há espaço para uma redescoberta desafiadora, não importando a raça, a cor da pele ou a própria religião. Jesus era um homem de fé. E foi exatamente a fé que depositou no Pai que levou a dizer: “Em tuas mãos entrego o meu espírito”. E não se arrependeu.
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