Os meios de comunicação – a internet aí incluída – concretizaram a tão sonhada “janela” sobre o Mundo: temos em nossas casas – hoje não apenas na sala, mas distribuída pela casa – uma variedade de equipamentos que nos alertam para o tempo que vai estar na rua; as mensagens que passamos ou recebemos de pessoas próximas ou distantes; até o entretenimento, que nos pega desprevenidos, no sofá preferido.
A portabilidade de acessórios leva a não distinguir mais os diversos momentos do dia: por um celular ou um computador portátil, “trabalha-se” 24 horas por dia. O acúmulo do stress não é sentido, mas está presente porque se está disponível em tempo integral. Podem dizer que muitas informações chegam porque as redes dispuseram antes; que manifestações coletivas tiveram um precioso aliado de mobilização; que problemas sociais tiveram a sensibilidade e a solidariedade popular porque ali foram contadas.
Mas esta não é a regra, é a exceção. Volto a dizer: este pode ser um belo espaço para demonstrar a indignação, mas, na maior parte dos casos, parece que satisfaz uma necessidade básica de dizer, mas não de fazer. Gosto muito de atividades de comunicação que despertam para o social, especialmente quando os alunos têm que sentir “cheiro de gente”, indo à rua em busca de fontes que não se encontram em estruturas climatizadas e com conhecimento prévio do que podem responder.
Esta é a direção: meios que favorecem o conhecimento, a informação e o entretenimento são bem vindos. Mas são exatamente o que a palavra diz: “meios”, não podem ser um fim, em si. O fim é exatamente ser instrumento na realização de um homem que busca, para além do meio, outro homem para se completar, conviver e se sentir solidário: uma rede que realize o homem.
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