Pesquisas têm comprovado que uma criança, até cerca de nove anos, forma o seu caráter, com seus princípios éticos e morais, estabelecendo valores e referências. Pensando nisto, tenho participado de palestras em escolas e atividades de catequese em igrejas cristãs, onde os professores mostram que é exatamente assim, sendo necessária uma grande atenção, pois se, no geral, há um bom encaminhamento, o que preocupa acaba sendo as exceções.
Os educadores reforçam a necessidade de acompanhamento integral da criança, não apenas naquilo que é o aprendizado convencional, mas também em como vem da família, seus humores, como se comporta no recreio, o que transfere daquilo que vivencia fora para as suas relações em sala de aula.
Também é visível que a sala de aula não tem como concorrer com a mídia, pois os recursos colocados à disposição não se comparam aos shows de imagens que as crianças têm em casa, diante do seu televisor, com o seu programa preferido. Então, é preciso ter criatividade, especialmente naquilo que mexe com a sensibilidade, com a segurança e lidar com práticas dentro da sua realidade. A aprendizagem é dificultada para aqueles que não estão em escolas particulares, vendo no seu futuro uma incógnita.
Os momentos de diversão são privilegiados para conhecer e aperfeiçoar o caráter. O recreio com suas brincadeiras - até as mais tradicionais - é um local ímpar para exercitar o cumprimento de normas, as relações sociais e afetivas, o exercício da disponibilidade.
Vejo muitos educadores preocupados – e com razão – mas que não abrem mão de deixarem marcas em seus educandos. Sabem que a situação nas famílias é difícil, em muitos casos; que o meio social joga contra, e que vêem na escola uma luz, capaz de lhe dar alguma esperança. É o que pode reverter o que vivemos hoje: uma criança é apenas uma criança. Lutar para que também tenha o direito de se realizar como cidadão não é um prêmio, mas sim um direito. Pelo qual todos nós devemos lutar.
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