Havias sonhado alcançar o Infinito,
No desejo de ultrapassar a
perfeição
E desafiar a Deus,
Com tuas pequenas vitórias.
Acreditaste que eram os
Detalhes, o diminuto,
Que escapava
Ao Seu controle,
E que te tornava singular.
Fazias da vida pequenos milagres,
Enquanto pretendias montar
O quebra-cabeça do Infinito.
No que eram minúcias,
Escondia-se a tua capacidade de
articular
O dia-a-dia dos teus sonhos:
Provocado por aquilo que
Não alcançaste e julgavas ser teu
direito.
Mesmo com a sofreguidão,
Na ânsia por liberdade,
Nunca teus passos
Deixaram marcas solitárias na orla
da praia;
Nenhuma lágrima caiu
Sem que tenha regado um ombro;
As perdas que doloriram a alma,
De alguma forma e em algum momento,
Tiveram o consolo de um abraço
Em que cabiam todas as tuas
pretensões...
A porta da verdade é
Aquela que desnuda o lugar do
coração.
Então,
Não faz sentido perder-se na
imperfeição.
Mas abdicar da arrogância,
No desafio de saber
Que queres, podes e deves
Compartilhar a vida com quem
Amas e Quem muito te amou...
Superar a singularidade é
A força de quem agrega.
Por toda a existência
Contaste sofrimentos, desilusões,
amarguras.
Raras vezes compartilhaste
Alegrias, vitórias, momentos de
sorrisos.
Quando tudo parecia emaranhado,
descobriste ter
Um milhão de motivos para duvidar,
E apenas a sensação de que a fé te
levava a crer.
Quando pudeste perguntar:
"Senhor, por onde
andaste?"
Olhar sereno,
Na dispensa das palavras e o
balbucio,
Como a onda que se espreguiça na
areia:
"Andei por muitos caminhos,
Esperando o momento
Em que abrisses a porta para que
Eu pudesse voltar pra ti!"
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