Na primeira chuva de inverno,
Gotículas se desprendem das nuvens
E tomam o rumo da terra.
No caminho,
Acariciam o topo das árvores,
À espera dos primeiros raios de
Sol.
Depois, descem pelas folhas,
Brincando com uma nesga de
claridade.
Pequenos cristais multicoloridos
Deslizando,
Acariciando os galhos e a ramagem.
Pontos de luz que enfeitam o verde,
Cintilam numa trilha em que,
Ao beijar o chão, a seiva
Se transforma em ventura:
Prepara o solo para novos brotos.
Dão um norte às raízes,
Nas entranhas silenciosas,
Onde dormita a vida.
Depois, afloram nos mananciais,
Sem a preocupação com a intensidade.
Percorrem longas distâncias,
Juntam-se às nascentes, córregos,
rios...
Até troarem nas quedas d'água e
cascatas.
No mistério dos ciclos que extasia,
Têm a certeza de que reiniciam
O rumo que se infinita.
Aos poucos,
Tornam-se densas,
Precedidas pela névoa que
aconchega,
No lugar em que as certezas se
perdem
No que realmente encontra sentido...
Em meio à mata ou no descampado,
Perpetuam as etapas da vida,
Onde explicações dão lugar
Ao tempo que não se repete.
Mudam ao seguir seu rumo,
Amadurecidas,
Retornando ao destino,
Com as marcas que receberam do
caminho.
Flutuam na bruma, na chuva, no
frio,
Na escuridão e na tempestade.
Gotículas que não se importam
Com o olhar atento do Universo.
Absorvem brilhos e sentidos.
Entre o céu e a terra, traçam o
rumo da
Derradeira jornada pelas estrelas!
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