Levantamentos apontam mais gente vivendo acima de 60 anos do que a faixa etária inicial, até os 14. Para analistas de plantão, significa um "mercado" que deve ser olhado com atenção e recebeu um nome pomposo: "economia prateada", a dos cabelos que, quando já não caíram, perdem a coloração e se tornam multicor... Um fato: grande número de aposentados o faz não porque deseja se livrar das atividades de um emprego, mas, tristemente, por não haver mercado de trabalho para a sua idade.
O passar dos anos mostra o quanto é difícil se preparar para envelhecer. Especialmente quando a própria sociedade não tem noção do que fazer com os seus idosos. Numa tentativa de compensar, aqui e ali, surgem grupos que procuram qualificar a vida daqueles que não pediram para prolongar a sua existência e que, em muitos casos, sentem que se tornaram mais um peso para familiares do que a graça de uma vida que já deu frutos e mereceria carinho e compreensão.
Na virada do ano recebi um vídeo pelas redes sociais de um grupo que trabalha com idosos lutando com doenças como o Alzheimer e a demência. Percorrem instituições que abrigam velhinhos e dão de presente bebês/bonecas (com roupinha e tudo) e bichinhos de pelúcia. A reação é impressionante: o sorriso farto, as lágrimas que rolam, a surpresa e a vontade de ver, abraçar e acarinhar, na lembrança dos tempos em que tinham no colo filhos, netos, animaizinhos de estimação...
Quando a mãe - dona Francinha - morreu, já tinha uma coleção de bonecas. Uma delas, um anjinho que rezava o Pai Nosso, embarcou junto na sua última viagem... Em certos momentos, alcançávamos para ela, que passava um longo tempo olhando, desenhando com os dedos os contornos do "nenê", assim como a acompanhavam nas vezes em que esteve hospitalizada. No final do dia, era com o anjinho nos braços que rezava a oração universal antes do beijo de boa noite e o apagar das luzes.
Não sei se a mãe viveu mais ou menos do que deveria viver. Mas sei que pequenos detalhes tornam a vida mais suportável, aqueles que se fazem no varejo e não no atacado. Um idoso não precisa de longas conversas, roteiros de viagens ou aquilo que o dinheiro ou o poder podem obter. Apenas carinho e sensibilidade por parte de quem cuida. Sem "idiotizar" ou "infantilizar" a velhice, gastando quanto tempo for preciso para um olhar ou segurando mãos enrugadas que sorvem vida por nossos dedos...
Entre o início e o fim há um intervalo de tempo que se chama vida. Lamenta-se a infância e a juventude "perdidas" sabendo que se colhe aquilo que se plantou. A receita é a mesma para 2020: idosos precisam manter-se ativos - física, mental e espiritualmente. E rezar para que, quando se extingue o último suspiro, haja alguém - ou um objeto de nossa memória afetiva - que faça a ponte entre nós e a Eternidade...
terça-feira, 31 de dezembro de 2019
terça-feira, 24 de dezembro de 2019
Crônica de um Natal para os avós...
A menina aproximou-se do presépio. Depois de olhar com admiração para a cena - com as explicações do pai - perguntou: "Jesus não tinha avós?" O rapaz respondeu que sim. A tradição contava que eram são Joaquim e Sant'Ana. E a pergunta seguinte o surpreendeu: "porque eles não estão no Presépio? Será que estavam numa casa de repouso?" O pai ficou para trás observando os detalhes das pequenas figuras e imaginando o que, naqueles tempos longínquos, teria passado por suas cabeças...
Maria esperando seu primeiro filho. Sozinha, num lugar distante da cidade, longe de casa, apenas com José. As condições eram precárias. Conseguira colocar uma manta sobre a palha estocada. Já pensando no depois, teria que arranjar o cocho onde os animais se alimentavam para acomodar seu filho. Queria ter alguém que a pudesse auxiliar, especialmente a mãe. Ela saberia o que fazer primeiro, como se organizar e ajeitar o menino depois do nascimento. Mas aprendera a ter confiança em Deus...
Sant'Ana caminhava da casa em direção à porteira e voltava. São Joaquim estava nervoso com a mulher. Alertou: "Ana, a Maria tá bem. José tá junto. Vai cuidar bem deles!" Nem recebeu resposta. A mulher pensou: "homens. Não sabem como é difícil viajar esperando um filho. Será que ela levou tudo o que precisava? Meu Deus, não posso fazer nada!" Incapaz de ajudar e aflita por ter visto a filha se por a caminho tão bonita com aquela barriguinha já demonstrando que seu neto nasceria logo.
Dias depois, ao longe, viu a família voltando. Maria montada num burrinho com o menino Jesus no colo. Trôpega, andou em direção aos viajantes. O pequeno fardo era a coisa mais linda de se ver... Reverente, pediu para pegá-lo. Era como se Anjos murmurassem em seu ouvido e dissessem que ali estava o Salvador tão esperado por seu povo. "Ele é lindo! Muito lindo! Que Javé o abençoe!" Não havia mais o que dizer, a não ser contemplar aqueles traços serenos que, agora, a olhavam com atenção.
Ficara atento ao que via no Presépio e levou algum tempo para perceber que a filha e a mulher voltaram e queriam saber porque ficara ali parado. Não sabia explicar. Passou o braço por sobre os ombros da menina: "mana, tu já ligou para a vó e o vô pra dar um abraço de Natal?" "avós", corrigiu a esposa. "Verdade. Vamos fazer isto hoje, quando voltar para casa? E tenho uma proposta: quem sabe a gente procura uma imagenzinha de Sant'Ana e São Joaquim e colocamos em nosso presépio?"
Poderia ser a crônica de um Nata para os avós... Sant'Ana e São Joaquim não ficaram numa casa de repouso na velhice. Esta é uma marca da sociedade do nosso tempo, para o bem... ou para o mal. Parece tão pouco - um telefonema - mas para quem passa um longo tempo sozinho é aquilo que o Natal tem de melhor: a esperança, afago no coração de quem merece cerrar os olhos sabendo que plantou o amor em seus filhos e netos... E tem o direito de colher, ao menos, um pouco de carinho!
Maria esperando seu primeiro filho. Sozinha, num lugar distante da cidade, longe de casa, apenas com José. As condições eram precárias. Conseguira colocar uma manta sobre a palha estocada. Já pensando no depois, teria que arranjar o cocho onde os animais se alimentavam para acomodar seu filho. Queria ter alguém que a pudesse auxiliar, especialmente a mãe. Ela saberia o que fazer primeiro, como se organizar e ajeitar o menino depois do nascimento. Mas aprendera a ter confiança em Deus...
Sant'Ana caminhava da casa em direção à porteira e voltava. São Joaquim estava nervoso com a mulher. Alertou: "Ana, a Maria tá bem. José tá junto. Vai cuidar bem deles!" Nem recebeu resposta. A mulher pensou: "homens. Não sabem como é difícil viajar esperando um filho. Será que ela levou tudo o que precisava? Meu Deus, não posso fazer nada!" Incapaz de ajudar e aflita por ter visto a filha se por a caminho tão bonita com aquela barriguinha já demonstrando que seu neto nasceria logo.
Dias depois, ao longe, viu a família voltando. Maria montada num burrinho com o menino Jesus no colo. Trôpega, andou em direção aos viajantes. O pequeno fardo era a coisa mais linda de se ver... Reverente, pediu para pegá-lo. Era como se Anjos murmurassem em seu ouvido e dissessem que ali estava o Salvador tão esperado por seu povo. "Ele é lindo! Muito lindo! Que Javé o abençoe!" Não havia mais o que dizer, a não ser contemplar aqueles traços serenos que, agora, a olhavam com atenção.
Ficara atento ao que via no Presépio e levou algum tempo para perceber que a filha e a mulher voltaram e queriam saber porque ficara ali parado. Não sabia explicar. Passou o braço por sobre os ombros da menina: "mana, tu já ligou para a vó e o vô pra dar um abraço de Natal?" "avós", corrigiu a esposa. "Verdade. Vamos fazer isto hoje, quando voltar para casa? E tenho uma proposta: quem sabe a gente procura uma imagenzinha de Sant'Ana e São Joaquim e colocamos em nosso presépio?"
Poderia ser a crônica de um Nata para os avós... Sant'Ana e São Joaquim não ficaram numa casa de repouso na velhice. Esta é uma marca da sociedade do nosso tempo, para o bem... ou para o mal. Parece tão pouco - um telefonema - mas para quem passa um longo tempo sozinho é aquilo que o Natal tem de melhor: a esperança, afago no coração de quem merece cerrar os olhos sabendo que plantou o amor em seus filhos e netos... E tem o direito de colher, ao menos, um pouco de carinho!
terça-feira, 17 de dezembro de 2019
Um tempo precioso para se viver
Ler ou assistir adaptações da obra de Charles Dickens, “Um Conto de Natal”, é mergulhar num mundo diferente para viver este tempo. Faltando uma semana para as festas de final de ano, o também chamado "Espírito de Natal" é convite a que se mergulhe na busca pela compreensão da própria história, desde encantamentos, passando por decepções e a capacidade de amadurecer, com o que é mais certo que se faz na vida: acertar ou errar, cair ou levantar, a busca por amar e ser amado...
A garota voltou para casa. Durante muito tempo abominara tudo o que sua família representava. Vagou pelo Mundo e mergulhou de cabeça na busca pela realização pessoal e profissional. Em todos os lugares, encontrava muita coisa que a satisfazia, mas também não conseguia deixar de comparar com o lugar de onde tinha saído. Era a sua "aldeia", onde era "vigiada", "aconselhada", e sentia "tolhida a sua liberdade".
A mãe acomodou-se na cadeira. O filho sofrera acidente de moto. Estava inconsciente, possivelmente passaria o Natal naquele leito. Ela não sairia dali. O seu "menino" andava em más companhias e pensava nas vezes que responsabilizara o marido por não ser mais firme. Um jogo de empurra/empurra em que ninguém saiu ganhando. As relações estavam desgastadas e seria difícil pensar em comemorações, até as religiosas.
A mãe cuidava da filha na cadeira, comendo com a colher. Algumas colheradas na boca e outras na volta. Doiam-lhe as costas, braços e o sono estava atrasado. Os filhos mais velhos estariam fora e o esposo trabalhava até tarde. Faria encomenda na padaria e que o marido pegasse o que serviria na ceia, para não esquecer a data. Foi atingida por uma colherada de comida e deu-se conta de que havia muita sujeira para limpar...
Véspera de Natal, tocou a campainha e esperou. Ouviu o cachorro do irmão, que, para implicar, chamava de vira-lata. E o tradicional: "já vou", da mãe. Quando abriu a porta, um susto e um sorriso. Apenas um murmúrio: "filha", sem mais nada a não ser um abraço. Estava de novo no que nunca entendeu, mas que sempre seria o seu lar!
A mão que a mãe segurou no leito de hospital reagiu pela primeira vez. Chorou baixinho pedindo a graça de não perder o filho... e tornar-se a mãe que, sabia, ainda poderia ser! E quando os foguetes espoucavam na rua, o pai abriu a porta do apartamento e se deu de cara com a cena: televisão ligada baixinho, a mulher dormindo na poltrona e a pequena sorrindo aconchegada em seus braços...
É o espírito de Natal: momento de voltar, de reencontrar a vida, de entender que nem para tudo o que se vive se precisa de explicação. Não são coisas novas que fazem valer a pena viver: há motivos para reencontrar velhas e surradas rotinas; entender a fragilidade da dor e do desamparo, sem perguntas ou "conselhos"; ou viver a "doçura sem sentido" de gastar uma vida para que outra se desenvolva. Um tempo precioso para amar e cuidar... Um tempo precioso para se viver!
A garota voltou para casa. Durante muito tempo abominara tudo o que sua família representava. Vagou pelo Mundo e mergulhou de cabeça na busca pela realização pessoal e profissional. Em todos os lugares, encontrava muita coisa que a satisfazia, mas também não conseguia deixar de comparar com o lugar de onde tinha saído. Era a sua "aldeia", onde era "vigiada", "aconselhada", e sentia "tolhida a sua liberdade".
A mãe acomodou-se na cadeira. O filho sofrera acidente de moto. Estava inconsciente, possivelmente passaria o Natal naquele leito. Ela não sairia dali. O seu "menino" andava em más companhias e pensava nas vezes que responsabilizara o marido por não ser mais firme. Um jogo de empurra/empurra em que ninguém saiu ganhando. As relações estavam desgastadas e seria difícil pensar em comemorações, até as religiosas.
A mãe cuidava da filha na cadeira, comendo com a colher. Algumas colheradas na boca e outras na volta. Doiam-lhe as costas, braços e o sono estava atrasado. Os filhos mais velhos estariam fora e o esposo trabalhava até tarde. Faria encomenda na padaria e que o marido pegasse o que serviria na ceia, para não esquecer a data. Foi atingida por uma colherada de comida e deu-se conta de que havia muita sujeira para limpar...
Véspera de Natal, tocou a campainha e esperou. Ouviu o cachorro do irmão, que, para implicar, chamava de vira-lata. E o tradicional: "já vou", da mãe. Quando abriu a porta, um susto e um sorriso. Apenas um murmúrio: "filha", sem mais nada a não ser um abraço. Estava de novo no que nunca entendeu, mas que sempre seria o seu lar!
A mão que a mãe segurou no leito de hospital reagiu pela primeira vez. Chorou baixinho pedindo a graça de não perder o filho... e tornar-se a mãe que, sabia, ainda poderia ser! E quando os foguetes espoucavam na rua, o pai abriu a porta do apartamento e se deu de cara com a cena: televisão ligada baixinho, a mulher dormindo na poltrona e a pequena sorrindo aconchegada em seus braços...
É o espírito de Natal: momento de voltar, de reencontrar a vida, de entender que nem para tudo o que se vive se precisa de explicação. Não são coisas novas que fazem valer a pena viver: há motivos para reencontrar velhas e surradas rotinas; entender a fragilidade da dor e do desamparo, sem perguntas ou "conselhos"; ou viver a "doçura sem sentido" de gastar uma vida para que outra se desenvolva. Um tempo precioso para amar e cuidar... Um tempo precioso para se viver!
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terça-feira, 10 de dezembro de 2019
Um ser humano na direção...
Quem se dá ao trabalho de olhar os arquivos de jornais desta época, em anos passados, tem a impressão de que as notícias de final de semana são repetidas, no que se refere a acidentes de trânsito. As noites de sexta e de sábado têm como consequência as manchetes do tipo: "atravessou a contramão e foi bater num muro", "parou num poste", "colidiu de frente com outro veículo"... Em alguns casos, ainda há resquícios da noitada, com garrafas pelo bancos, ou sinais de embriagues do condutor.
As campanhas de conscientização e as multas não têm sido suficientes para estancar uma combinação que não dá certo: consumo de álcool e assumir a direção. A euforia da bebida, assim como o seu "relaxamento", transtornam os sentidos, fazendo com que se perca o mínimo da sobriedade. Recentemente, em um dos caso, o rapaz saiu do carro acidentado dizendo que não era dele... e outros dois - motorista e carona - desapareceram do local deixando duas meninas feridas, necessitadas de atendimento.
Bebi durante bom tempo e sei que há fatores que auxiliam a parar. Não há uma regra, mas um conjunto de situações que induz, como no meu caso, a dizer: "nesta encarnação, já bebi o suficiente. Agora, nem vinho de Missa!" Quase sempre o consumo inicia no lar, acompanhando pais e amigos. O que parece ser apenas um ato social se tornar o caminho para o alcoolismo. São sem graça as brincadeiras do tipo: "já está na hora do fulaninho tomar um pileque para aprender a ser homem!"
Nunca pessoa alcoolizada se prestou para auxiliar a outros num acidente. A perda da capacidade de avaliar corretamente a situação leva à negação da embriaguez, dificuldade de entender o que aconteceu consigo e com quem prejudicou: danos causados à propriedade de outros, assim como ao patrimônio público. Hoje se fala na necessidade de penalizar naquilo em que alguém foi prejudicado, como as "vítimas" indiretas com a indenização do patrimônio afetado (postes, muros, fachadas...)
Das muitas histórias que acompanhei, sensibilizou-me o atendimento dado por um policial. Depois de recolher um cidadão embriagado, foi atender a vítima, que saíra do carro e estava encostada a um outro veículo em estado de choque. A conversa não surtia efeito. O policial mais idoso não teve dúvida, abraçou o rapaz como quem acolhe o filho numa situação difícil. Foi o suficiente para que relaxasse e viessem as lágrimas, assustado e necessitado de alguém que o auxiliasse na volta à realidade.
Sugestão para campanha de trânsito: "antes de se achar senhor do Mundo à direção, acredite, você é um ser humanos" - cuidando de seus semelhantes: na passarela de pedestres, usando cadeirinha para crianças, "motorista da rodada" sem beber numa festa... Alegria e paz no final de ano. Sem a notícia de que um de nossos jovens, infelizmente, acabou com uma vida de sonhos. E não vai mais voltar para casa...
As campanhas de conscientização e as multas não têm sido suficientes para estancar uma combinação que não dá certo: consumo de álcool e assumir a direção. A euforia da bebida, assim como o seu "relaxamento", transtornam os sentidos, fazendo com que se perca o mínimo da sobriedade. Recentemente, em um dos caso, o rapaz saiu do carro acidentado dizendo que não era dele... e outros dois - motorista e carona - desapareceram do local deixando duas meninas feridas, necessitadas de atendimento.
Bebi durante bom tempo e sei que há fatores que auxiliam a parar. Não há uma regra, mas um conjunto de situações que induz, como no meu caso, a dizer: "nesta encarnação, já bebi o suficiente. Agora, nem vinho de Missa!" Quase sempre o consumo inicia no lar, acompanhando pais e amigos. O que parece ser apenas um ato social se tornar o caminho para o alcoolismo. São sem graça as brincadeiras do tipo: "já está na hora do fulaninho tomar um pileque para aprender a ser homem!"
Nunca pessoa alcoolizada se prestou para auxiliar a outros num acidente. A perda da capacidade de avaliar corretamente a situação leva à negação da embriaguez, dificuldade de entender o que aconteceu consigo e com quem prejudicou: danos causados à propriedade de outros, assim como ao patrimônio público. Hoje se fala na necessidade de penalizar naquilo em que alguém foi prejudicado, como as "vítimas" indiretas com a indenização do patrimônio afetado (postes, muros, fachadas...)
Das muitas histórias que acompanhei, sensibilizou-me o atendimento dado por um policial. Depois de recolher um cidadão embriagado, foi atender a vítima, que saíra do carro e estava encostada a um outro veículo em estado de choque. A conversa não surtia efeito. O policial mais idoso não teve dúvida, abraçou o rapaz como quem acolhe o filho numa situação difícil. Foi o suficiente para que relaxasse e viessem as lágrimas, assustado e necessitado de alguém que o auxiliasse na volta à realidade.
Sugestão para campanha de trânsito: "antes de se achar senhor do Mundo à direção, acredite, você é um ser humanos" - cuidando de seus semelhantes: na passarela de pedestres, usando cadeirinha para crianças, "motorista da rodada" sem beber numa festa... Alegria e paz no final de ano. Sem a notícia de que um de nossos jovens, infelizmente, acabou com uma vida de sonhos. E não vai mais voltar para casa...
terça-feira, 3 de dezembro de 2019
Um "eu te amo" de feliz Natal
O último domingo (1º), marcou o início do tempo do Advento para os cristãos. Quatro semanas até que chegue o Natal, a festa do nascimento de Jesus Cristo. Pode ser, como a maior parte das pessoas faz, tempo de compras, dar presentes, fazer refeições que envolvam familiares e amigos. Mas para quem tem um espírito de fé e religioso é um período de preparação e espera. Um clima especial que provoca mais tolerância, mais acolhida, mais interesse por aqueles com as quais convivemos...
Três histórias que se pode viver com um público tão especial, como os idosos, por exemplo: a mãe tem Alzheimer. O filho diz que se "aprovalece" da situação para brincar: "mãe, já disse que te amo, hoje?" A mãe pensa um pouco e responde que não. Ele a cobre de beijos e murmura enquanto ela sorri: "eu te amo, eu te amo, eu te amo..." Passado algum tempo, a mesma pergunta... e a mesma resposta. Garante que é uma forma de "acumular" as vezes que não foi capaz de dizer palavras tão simples para pessoa tão especial na sua vida e o quanto vai sentir falta de fazê-lo quando ela se for.
Os meninos e meninas do CTG Patrulha do Rio Grande, de Santo Antônio da Patrulha, fazem parte do Natal do Bem de uma emissora de televisão do Estado. Além da coleta solidária, foram desafiados a interagir com moradores de uma casa geriátrica. O aprendizado: aproximação, diferenças, necessidades e a grande possibilidade de convivência... e de carinho. A apresentação foi uma mescla de nostalgia e saudade: a certeza de que há histórias a serem compartilhadas, que não podem e nem devem ser esquecidas. A força está no refrão: "gratidão é um bem. Eu quero repartir contigo!"
Na fila de atendimento, o rapaz do caixa contou que os pais estão com 87 anos e Alzheimer. Numa das ocasiões em que ficou de cuidador, a mãe assistia a um filme de Natal, num momento de lucidez, que infelizmente, seu pai já não tem. Perguntou: "filho, o que é Natal? Foi só um instante para responder: "é a gente dizer um "eu te amo", de forma muito especial". Foi até a cozinha e ao voltar percebeu que a mãe estava em pé, indo para a cama. Como sempre fazia, chegou por trás do marido, no sofá, encostou seu rosto no dele e disse: "feliz Natal, meu velho, feliz Natal!"
Um mês para viver o espírito das festas de final de ano... Prepare a casa, a ceia, os enfeites, os presentes, compre roupa nova... Faça o "Natal" que você tiver vontade de fazer. Mas deixe um tempo para você. Quando tudo parecer um "doce tumulto" à sua volta, acarinhe amigos e familiares como um agradecimento a Deus, já que, de uma forma ou de outra, são bênçãos do Menino que chega. E no ouvido de cada um daqueles que são especiais - ou que estão mais necessitados - apenas murmure: "eu te amo. Que tenhas um abençoado Natal|!"
Três histórias que se pode viver com um público tão especial, como os idosos, por exemplo: a mãe tem Alzheimer. O filho diz que se "aprovalece" da situação para brincar: "mãe, já disse que te amo, hoje?" A mãe pensa um pouco e responde que não. Ele a cobre de beijos e murmura enquanto ela sorri: "eu te amo, eu te amo, eu te amo..." Passado algum tempo, a mesma pergunta... e a mesma resposta. Garante que é uma forma de "acumular" as vezes que não foi capaz de dizer palavras tão simples para pessoa tão especial na sua vida e o quanto vai sentir falta de fazê-lo quando ela se for.
Os meninos e meninas do CTG Patrulha do Rio Grande, de Santo Antônio da Patrulha, fazem parte do Natal do Bem de uma emissora de televisão do Estado. Além da coleta solidária, foram desafiados a interagir com moradores de uma casa geriátrica. O aprendizado: aproximação, diferenças, necessidades e a grande possibilidade de convivência... e de carinho. A apresentação foi uma mescla de nostalgia e saudade: a certeza de que há histórias a serem compartilhadas, que não podem e nem devem ser esquecidas. A força está no refrão: "gratidão é um bem. Eu quero repartir contigo!"
Na fila de atendimento, o rapaz do caixa contou que os pais estão com 87 anos e Alzheimer. Numa das ocasiões em que ficou de cuidador, a mãe assistia a um filme de Natal, num momento de lucidez, que infelizmente, seu pai já não tem. Perguntou: "filho, o que é Natal? Foi só um instante para responder: "é a gente dizer um "eu te amo", de forma muito especial". Foi até a cozinha e ao voltar percebeu que a mãe estava em pé, indo para a cama. Como sempre fazia, chegou por trás do marido, no sofá, encostou seu rosto no dele e disse: "feliz Natal, meu velho, feliz Natal!"
Um mês para viver o espírito das festas de final de ano... Prepare a casa, a ceia, os enfeites, os presentes, compre roupa nova... Faça o "Natal" que você tiver vontade de fazer. Mas deixe um tempo para você. Quando tudo parecer um "doce tumulto" à sua volta, acarinhe amigos e familiares como um agradecimento a Deus, já que, de uma forma ou de outra, são bênçãos do Menino que chega. E no ouvido de cada um daqueles que são especiais - ou que estão mais necessitados - apenas murmure: "eu te amo. Que tenhas um abençoado Natal|!"
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