Um dos temas recorrentes no mês de agosto que termina é o da "vocação". Especialmente para a vida da Igreja Católica (mas também de outros credos), sendo uma das maiores preocupações o número menor de sacerdotes e religiosos, com a diminuição do atendimento nos espaços sagrados, comunidades e às pessoas.
Em Canguçu, o padre Estêvão Echer disse que gostaria de ir ao Vaticano pedir ao papa Francisco para receber de volta padres afastados de suas funções - mas com presença na Igreja - que buscaram, especialmente, o matrimônio. Em muitos casos, homens de comprovado testemunho moral em condições de exercer o sacerdócio.
Mas falávamos, também, dos muitos diáconos casados, hoje, que já têm uma estrutura para receber a ordem do sacerdócio, necessitando, apenas, complementar a sua formação. E a esperança de que ainda sob o papa Francisco possamos ter mulheres recebendo o diaconato.
Vocações tardias se manifestam no sacerdócio e na vida religiosa. Mulheres que viveram toda uma vida de atividade social e profissional e que, passada esta etapa, sentem que podem complementar sua realização no serviço religioso. Mesmo caso de viúvas que já criaram uma família, mas ainda guardam muita energia para trabalhar.
O chamado vocacional é especial. Durante muito tempo concentram-se esforços em construir uma profissão. Depois, é tempo de buscar patrimônio, assim como uma família. Estabilizados financeiramente e com filhos e netos criados, em determinado momento, na crise da meia idade, vem a pergunta: para quê?
São muitos os homens e mulheres respondendo carinhosamente ao chamado de Deus. Figuras especiais porque não se importam que a sociedade os considere algo curioso, destoante, gastando "inutilmente" sua energia. São sinal de que uma sociedade saudável precisa de referências de fé e religiosidade.
Vou pedir ao padre Estêvão que, quando for ao Vaticano, permita que o acompanhe. Serei reforço para que se amplie o leque dos que têm este trabalho privilegiado de serem homens e mulheres de Deus. Afinal, vocação religiosa alça pessoas a dar resposta àquilo pelo qual o Mestre suspirou: "tenho compaixão deste povo!"
A compaixão inicia por se despir de vaidades e preconceitos. Num mundo carente de valores elementares, o religioso luta por ampliar horizontes. Consagra sua vida à esperança de fazer a existência de mais gente reencontrar sentido - a realização enquanto ser humano, mas também a busca pelo caminho que leva até Deus!
Nenhum comentário:
Postar um comentário