Umbanda é uma religião tipicamente brasileira, cuja evolução se deve à pluralidade religiosa existente no Brasil, resultado de motivações diversas, inclusive de ordem social, que originaram um culto à feição e moda do país. O vocábulo é oriundo da língua quimbundo, de Angola, e significa arte de curar. O sincretismo religioso no Brasil, ou seja, a mistura de concepções, fundamentos, preceitos, ritualísticas e divindades se processou num quádruplo aspecto: negro, índio, católico e espírita porque outros foram menos dominantes ou de modo superficial e restrito a certas áreas.
O marco inicial surge com a escravatura do índio feita pelos primeiros colonizadores no Brasil. Entretanto, o aborígene pelas suas características de raça, de elemento da terra, conhecedor das matas, espírito guerreiro exaltado, sem qualquer organização com um rudimento de estrutura social, tendo a liberdade como apanágio de toda sua vida, não aceitou o jugo da escravidão. Tinha, contudo, uma crença no espírito e suas religiões.
A influência do índio contribuiu para a formação da Umbanda fornecendo elementos da sua mitologia e cultivos, tais quais, a Pajelança (rituais nos quais um especialista entra em contato com entidades não-humanas (espíritos de mortos, de animais etc.) com o fim de resolver problemas que acometem pessoas ou coletividades), o Toré (religião ameríndia, na qual as pessoas buscam remédios para as suas doenças, procuram conselhos com os caboclos que baixam. Já o mestre defuma, receita e aconselha), o Catimbó (conjunto específico de atividades mágico-religiosas, originárias da Região Nordeste do Brasil, resulta da fusão entre as práticas de magia provenientes da Europa e rituais indígenas de pajelança, que foram agregados ao contexto das crenças do catolicismo). Ademais, o caboclo, ancestral do índio que incorporava em suas manifestações, foi consolidado na prática umbandista.
O colonizador, portanto, foi buscar nas terras africanas o elemento negro, o qual oferecia condições mais favoráveis para a lavoura, já conhecidos nas regiões de origem. Desse modo, houve um circuito branco-índio-negro que contribuiu sobremaneira para o complexo da formação brasileira, nele ressalvando, como uma constante a religiosidade em vários aspectos. Na época das senzalas, os negros escravos costumavam incorporar o que se conhece hoje como pretos-velhos, antigos escravos, que ao se manifestarem, compartilhavam conselhos e consolo aos escravos.
O sincretismo católico, produto da simbiose dos cultos de escravo e escravocratas no Brasil, chegou a tal ponto que se cultiva um orixá com nome e imagem do santo católico, não se podendo diferenciar em certas exteriorizações onde começa um onde termina o outro. São flagrantes os casos de São Jorge - Ogum; Nosso Senhor do Bonfim - Oxalá; São Cosme e São Damião – Ibeji; Santa Bárbara - Iansã. Não raro, muitos chefes de terreiro mandam rezar missas e se declaram também católicos, além de haver um grande número de praticantes que frequentam as duas religiões. (Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Umbanda).
Há uma corrente da Umbanda que se denomina Umbanda branca, versão rústica do kardecismo, onde não há mais sacrifícios e os médiuns "trabalham" por caridade. A Umbanda é o espiritismo à moda brasileira. Origem: mistura de crenças espiritualistas dos escravos bantos (África), dos indígenas brasileiros e do catolicismo.
Os umbandistas não têm doutrina clara. Acreditam no deus dos católicos romanistas, em Jesus, na virgem Maria, creem nas doutrinas Kardecistas sobre caridade para salvação. Não têm claro o destino de sua alma depois da morte. Pendem os umbandistas mais para o espiritismo, mas continuam fazendo sacrifícios e pactos com os deuses que se apresentam nos terreiros. (Antônio de Paula R, respondendo à pergunta: Umbandismo x espiritismo. Qual a diferença?)
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