A imagem é de um monte de lixo colocado sobre uma calçada, próximo a uma faixa de pedestre. A frase dizia: “Sabe o que reduz a poluição?” E a resposta: “a sua educação!”. O material postado na Internet levou-me aos idos de 1980 – 83, para ser mais exato – quando participei da administração municipal em Pelotas e lançamos uma campanha com o título “Cidade limpa é a que ninguém suja”.
Parece redundância, mas não é. Deveria ser um elemento motivador para que as pessoas se policiassem e não fizessem o que vemos hoje com absoluta banalidade: baganas de cigarro sendo jogados junto de bancos, em praças; papeis de doces atirados em passeios públicos, sem nenhuma cerimônia; ou pessoas que saem para o passeio de seus animais de estimação e permitem que defequem em qualquer lugar, sem recolher os seus dejetos.
De lá para cá, tenho acompanhado muitas campanhas com esta mesma proposta. O efeito, infelizmente, é quase nulo. Porque, de resultado prático, vemos que os meios de comunicação vendem seus espaços, os publicitários ganham seus investimentos, as prefeituras fingem que fazem, mas, no dia a dia, não acompanham a “pregação” com gestos concretos que deveriam tomar do jeito mais simples: instalação de lixeiras, recolhimento adequado do lixo, cuidado do patrimônio público.
No entanto, esta semana, no Rio de Janeiro, entrou em vigor uma lei que penaliza aqueles que jogam lixo na rua. Uma simples bagana de cigarro dá uma multa de 156 reais. Num primeiro momento, está havendo uma campanha de conscientização, num processo que envolve pessoal da segurança pública. Mas já deu resultados. Alguns se mostraram assustados diante dos valores das multas.
Pode parecer um exagero, mas não é. Infelizmente, as pessoas somente ajudam a limpar as ruas da cidade quando sentem doer na parte mais sensível do corpo humano, que é o bolso. Se esta norma se espalhar e chegar por aqui, vai ter gente tendo que fazer empréstimo bancário para poder pagar as suas multas!
Assim, eu acredito: que se façam as campanhas publicitárias, porque estas começam a fazer efeito naqueles que estão sendo iniciados na sociedade: as crianças. Mas, para os demais, que ouçam as lições, mas se teimarem em fazer do jeito errado, que sejam penalizados. Multados uma vez, dificilmente irão repetir o erro.
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