Este é um momento difícil para aqueles que não querem ser apenas professores, mas educadores. Calma, me explico: o professor decora conteúdos, faz um teatro em sala de aula e, mais do que assimilar conteúdos, acaba fazendo do aluno um depósito de informações em todas as áreas. Ao contrário, o educador tem a preocupação de fazer com que crianças e jovens garimpem e moldem a sua inteligência a partir de suas próprias descobertas, mesmo que incentivadas pelo ambiente educacional.
Pode não ser a melhor das definições. Mas quando vejo que as diversas instituições faliram em atender aos jovens (inclusive as religiosas), fico com a impressão de que congelamos valores de outras gerações – as nossas - e as queremos ver reproduzidas nas atuais. Não vai dar certo. O diferente do hoje é que os jovens não têm e não querem ter os mesmos parâmetros. A geração dos pais atuais faz a passagem entre um tempo que poderíamos chamar de analógico, para aquele que se vislumbra para os nossos jovens, o digital.
Quais são, mesmo, as mudanças? No frigir dos ovos, não são muitas, mas esperam que os pais e educadores (o das salas de aulas, mas também treinadores esportivos, provocadores de cultura, das artes etc.) sigam um princípio que um anônimo postou nas redes sociais: “Troque suas folhas, mas não perca suas raízes... Mude suas opiniões, mas não perca seus princípios”. Não há criatividade que nos leve a abrir mãos de nossas raízes e, mesmo com o passar dos tempos, os princípios continuam os mesmos, talvez sendo necessário que encontremos outras formas de expressá-los.
Recentemente, postou-se nas redes sociais uma campanha com a seguinte motivação: “a crianças agredida, hoje, é o agressor de amanhã... Não dê continuidade a ciclos de violência”. Li em algum lugar - não sei o autor - "quando se estende uma mão para agredir, a outra está sobrando. Estenda as duas e dê um abraço. Na maior parte das vezes, quando você pensa que uma criança fez algo errado ela apenas está pedindo um instante da sua atenção”!
O que uma coisa tem a ver com a outra? A agressão, na maior parte das vezes, não é física, mas moral e psicológica, mesmo em casa, também com aqueles que nos são próximos. Aprender a respeitar a capacidade de cada um cumprir seus ciclos e tentar encontrar formas de realização que, muitas vezes, fogem ao convencional, pode ser um caminho muito mais difícil, mas, certamente, com maior possibilidade de que um ato pedagógico se transforme em novo jeito de viver.
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