Brinco em palestras que, sempre achei, que fazendo graduação em Jornalismo, especialização em Educação, mestrado em Letras e Desenvolvimento Social, tinha fechado o meu ciclo de aprendizado. No entanto, nos últimos três anos, fiz graduação, especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado em envelhecimento!
Mas, se muitos momentos são difíceis, todos são contornáveis e sempre guardam alguma lembrança boa. É interessante lembrar que, do tratamento de meu pai - seu Manoel - de um câncer, tendo morrido em março do ano passado - nenhum de nós guardou as lembranças de dor e angústia, mas o seu bom humor, a cumplicidade que se estabeleceu e o espírito de família que vivemos.
Pois com a dona Francinha, agora, não tem sido diferente: A Vanessa - neta, trouxe a Camila, bisneta. Propiciaram esta foto que é de emocionar, parece que as duas - entre os balbucios da dona França e os "guga, guga" da Camila, estabelecem uma conversa que nós, os demais, não conseguimos entender.
Entre alguém que chegou ao auge da vida e ao seu declínio e quem recém está iniciando, há um elo que faz a história das relações humanas: não sabemos viver sem nossos laços familiares!
Tenho dito e repetido: quando consigo ter meus familiares ao lado para auxiliar no cuidado com a dona França, não quero me eximir das minhas responsabilidades. O que se quer é ter alguém com quem compartilhar estes momentos, estas vivências.
Depois de muito tempo sem mover com os braços, ontem, no hospital, dona França já os levantava em busca de figuras hipinóticas, fruto de um calmante. Mas era um avanço. Quanto tempo ela não fazia isto!
Sua mão procurando a minha, seu olhar procurando o meu, seu sorriso ao me reconhecer, são detalhes que a vida guarda e passa a fazer parte das nossas lembranças e da nossa história: não sei se está escrito, mas a grande verdade é que não basta viver, é preciso conviver, na cumplicidade de aproveitar e agradecer por cada dia a mais que Deus nos dá.
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