segunda-feira, 15 de março de 2010

Avatar

Avatar não é um filme, é uma parábola. Uma linda parábola que encanta muita gente e desperta um olhar mais atento sobre a natureza que, de outra forma, dificilmente iria se conseguir. A discussão a respeito dos males que cometemos com a Terra foi intensificada e plantou, especialmente nos jovens, o interesse por um tema que estava restrito: a necessidade de harmonizar o ser humano e a natureza.
Tenho recebido lições que aprimoram a minha qualidade de vida: uma Avenca, em minha cozinha, é o termômetro que mostra quando o meu astral está pesado – ela pura e simplesmente murcha e morrem suas folhas. Passada a crise, voltam seus tenros brotos. Um bambuzinho de ornamentação, plantado em vaso, resistiu ao sol de 40 graus, ainda dando espaço para um pé de trevo e um de tomate. Uma das flores mais singelas, da qual não sei o nome, enfeita a gruta da casa, como se fosse uma cascata de enfeites de Natal. Sem contar árvores, arbustos de chás e flores com as quais convivo.
Avatar intensifica este processo. James Cameron (o diretor) mostra que não basta cuidar daquilo com o qual convivemos, mas harmonizar sentimentos, exatamente o aprendizado do protagonista, Jake Sully, um ex-fuzileiro naval confinado a uma cadeira de rodas. Descobre que os recursos naturais estão à nossa disposição para a sobrevivência e não para esbanjar e destruir. Viver é respeitar o ambiente onde nos inserirmos e retribuir aquilo que nos foi dado.
O suposto povo Na'vi vive exatamente desta forma. Na exuberância natural de um cenário fantástico, aprendeu a desfrutar de tudo o que existe no reino animal, vegetal e mineral. Mas tem profundo respeito na certeza de que é isto que os mantêm vivos e sadios. Fui ao cinema com algum preconceito, pois amigos haviam colocado a tarja de “filme ecochato”. Na saída, tinha vontade de aplaudir. Sentia naqueles que estavam comigo o mesmo encantamento e ter sido provocado por um conto que saiu da realidade para virar ficção. Infelizmente, somos os responsáveis pelas muitas bandagens colocadas nas feridas da mãe Terra, buscando um remédio que nos cure do nosso egoísmo, única forma de reverter os estragos que já fizemos.

2 comentários:

anderson disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
anderson disse...

Eu também assisti o filme AVATAR, cheio de pirotecnias, efeitos estontiantes, seres gigantes e misteriosos.
Logo, a mensagem do filme é sutíl diante de todos os efeitos, algumas pessoas se prendem a ele e não entram no filme. Penso que o pano de fundo do filme é totalmente atual (ainda que fora pensado a décadas atrás), a ganância do Homem por riqueza é algo extremamente prejudicial ao planeta, deixamos chegar a este patamar agora temos que explorar mais e mais os recursos naturais para máquina capitalista não parar. No filme observamos que os Norte-Americanos invadem pandora, um planeta maravilhoso, o qual tem um mineral muito valioso para os Humanos, daí em diante começa a destruição. O que os Homens não sabem é que cada canto de pandora é valioso, cada planta, cada animal, cada ser-vivo alí existente tem um valor atribuido pelos viventes daquele lugar, pois, sabem eles que a maior riqueza é a nartureza...