sexta-feira, 19 de setembro de 2025

Procura-se por um “homem”, procura-se por um “político”

Artigo da semana:

O que nos fez chegar ao ponto em que se calcificou os sentimentos, em especial a consideração pelo próprio ser humano, sempre que o consideramos “perigoso”, especialmente se divergir do que se pensa? Em tese, a defesa da direita e da esquerda é a de que o respeito pelo outro é fundamental “desde que”... E aí aparecem as pencas dos nossos ressentimentos mais obscuros, aqueles que vêm carregados de rancor, gerados por manipulações, mentiras, resquícios de períodos em que a própria sociedade foi tutelada. 

Para se fazer um “minha culpa” seria necessário que surgissem lideranças que, direta ou indiretamente, não usassem como estratégia jogar gasolina nas fogueiras das vaidades. Difícil de se perceber no horizonte político da atualidade, onde homens e mulheres carecem de uma mentalidade cidadã.  Achar alguém equilibrado é quase uma utopia. As marcas da ditadura militar aparecem nos ressentimentos da esquerda, assim como um desprezo nem sempre velado presente quando a esquerda trata a direita.

A morte de Charlie Kirk, nos Estados Unidos, ativista de direita e aliado do presidente Trump, esgarçou a insanidade de quem, muitas vezes, sequer está ligado a partidos ou grupos políticos. No entanto, vai sendo “pilhado” por falsas notícias e disputas que alimentam comportamentos antissociais. Os “líderes” políticos apenas insuflam as massas e se recolhem aos seus espaços protegidos, onde a violência das ruas não os atinge. Bem alimentados e bem pagos, divertem-se com o que fazem. Sem sequer lavar as mãos…

Não é diferente no Brasil, onde se fez uma salada entre partidos e religiões e se lançou integrantes de um mesmo credo uns contra os outros pela diferença dos políticos de estimação. Isto quando os próprios dirigentes religiosos não chamaram a si a função de serem líderes políticos, num claro desvio de função, já que deveriam preparar seus liderados para este papel. O que se vê são interesses nem sempre transparentes misturando atos de fé e o pior da política, numa química que, historicamente, sempre cheirou mal…

O filósofo Diógenes de Sínope procurava por um “homem”. Com uma lanterna, durante o dia, tentava encontrar alguém digno de ser chamado de “humano”. Hoje, procura-se por quem se possa chamar de “político”, aquele que defende a “polis”, os interesses de todos. Não precisa de adjetivo, mas abrir mãos (o que é quase impossível) de benesses, em favor de uma sociedade perigosamente próxima da saturação. O distanciamento dos políticos, especialmente os que vivem em Brasília (a chamada Ilha da Fantasia), já se transformou em escândalo que brada aos céus…

(Imagens geradas pela IA Gemini. Áudio e vídeo em https://youtu.be/BSLYHw3AAtw)

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