domingo, 30 de março de 2025

Simplesmente assim: Outonar

 

Os ventos dobram a esquina do tempo.

Apresentam-se desnudando o verão,

Açoitando os braços,

Marcando os rostos e

Os olhos congestionados lacrimejam.

Seu murmúrio despoja as árvores,

Enquanto o primeiro sereno se dissolve ao sol

E o outono cinzela o dia com tons que aconchegam.

 

Sem a exuberância da primavera,

Transtornam o passar das horas, lentamente,

Fazendo a noite aconchegar-se mais cedo

E a manhã espreguiçar-se mais tarde.

Quando outona, fecham-se janelas e cortinas

No desejo de que a casa mantenha o calor humano.

Crepitando ao aquecer as mãos,

Enquanto a lenha estala no fogo,

O aconchego que faz bem ao corpo e ao coração…


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