Nos dias 26, 27 e 28 de março, acontece em Assis (Itália), o Encontro Mundial pela Economia de Francisco (o santo, não o pontífice). Convocado pelo papa Francisco terá jovens economistas, empreendedores e pesquisadores de 115 países. O Vaticano diz que é o lugar apropriado porque foi ali que o "pobrezinho de Assis" se despojou de tudo (até da própria roupa do corpo, ainda no século XIII) para abraçar a pobreza e deu origem a uma visão econômica de solidariedade que, até hoje, se busca concretizar.
Uma discussão e tanto em tempos em que o enquadramento econômico internacional produz desigualdade e exclusão, fruto de políticas que podem, sim, ser questionadas e transformadas. O objetivo do Santo Padre é que se tenha no mundo uma economia socialmente justa, economicamente viável, ambientalmente sustentável e eticamente responsável. Não faltam recursos e dinheiro, o que há é falta de justiça e de partilha. Hoje, 1% da população mundial detém mais riqueza do que os restantes 99%.
O planeta produz alimentos suficientes para 11 bilhões de pessoas. A população mundial hoje é de 7,6 bilhões de seres humanos. No entanto, 851 milhões de pessoas passam fome - números da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura. Falando a economistas, ministros de finanças e banqueiros, Francisco constata que o mundo é rico. Todavia, os pobres aumentam ao redor e o nível de riqueza e de técnica acumulados pela humanidade pode e deve acabar com a pobreza.
O meu texto anterior: "a herança do papa Francisco" deixou algumas pessoas em dúvida sobre meu apoio ao pontífice. Pois não tenham. Acredito neste papa como pastor, como já se teve um João XXIII, depois um papa político, João Paulo II; e um intelectual, Bento XVI. Embora, muitas vezes, não concordasse com eles, resignei-me ao silêncio. O que espero dos críticos católicos de agora, que se sentem no direito de jogar pedras, mesmo que muitas vezes envoltas em tecidos finos e escarlates...
Para dizer exatamente que as ações de Francisco condizem com sua função: a Igreja precisa zelar pela espiritualidade, religiosidade e presença no mundo. Para fazer isto se vale da oração, da meditação e da reflexão, respectivamente. Sendo que, cada uma delas, vai se fazer presente na fé, na esperança e na caridade. Como mãe e educadora, ajuda aos leigos que trabalham nesta área a definir a Economia como lugar de prática da caridade, onde se vivencia a justiça.
Experiências se multiplicam: "café que sustenta", dormitórios para pobres em grandes cidades; refeitórios comunitários, espaços para o aprendizado e aperfeiçoamento profissional: mão que se estende em direção a quem definha por falta de esperança. Lugar para se pensar que todo o dinheiro, recursos, todas as instituições perdem o sentido se não estiverem a serviço da realização plena e concreta do próprio homem!
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