Pedro viaja pelo Mundo. Faz suas andanças pelos cinco continentes. Nos programas que grava para a televisão a cabo há cenas por ruas, estradas, monumentos, encontrando gente, conhecendo a arquitetura, costumes, hábitos alimentares, a alma de um povo que, em qualquer lugar, é apenas gente, buscando o direito de existir, usufruir da vida em grupo e enfrentar desafios do dia a dia.
Tenho santa inveja de quem se aventura, nem que seja em excursões. Ao voltarmos das férias, na Universidade, professores contavam de andanças por praias do Brasil, Europa, Estados Unidos... Ao perguntarem por onde andara, um deles respondia: em Morro Redondo! Onde tinha um sítio - recanto do coração - para onde se recolhia fazendo do seu pequeno mundo um lugar privilegiado para suas "andanças".
Mas é quando se abre nem que seja um pouco da possibilidade de que se conheça mais da cultura de um outro povo que nos enriquecemos e damos valor à nossa própria identidade. Recentemente, na Geórgia - que se tornou independente da União Soviética, exprimida entre a Europa e a Ásia - foi convidado por sua intérprete para jantar em casa de amigos. Um violão e as músicas típicas levaram-no a se emocionar.
O que tornou inesquecível foi o relato de que constituem um país por onde muitos povos passaram, de um lado para o outro, mas a marca que o conquistado deixou nos conquistadores foi de que era uma gente que transformava suas emoções, sua história, suas esperanças em melodias: cantavam as tristezas da dominação, as batalhas, as perdas, também a certeza de que, um dia, seriam um povo independente... e feliz!
Numa outra ocasião, no Nepal, brincou com a palavra que ouvia na rua: "namastê". Soava bem e via o sorriso no rosto das pessoas que por ele passavam. Quando a utilizou para o escritor de uma obra sobre a religiosidade naquele país ficou preocupado. A expressão, literalmente, se traduz por: "saúdo (o) Deus que habita (existe) em você!" Não era sua intenção brincar com o sagrado, mas a adrenalina de conhecer novas gentes e novos costumes o levaram a cometer um pequeno deslise...
Vou continuar assistindo à série "Pedro pelo Mundo". Recomendo seguidamente que as pessoas que não têm oportunidade de viajar - idosos, doentes, com falta de recursos... - ao menos abram uma janela para outras realidades. Conhecer faz ver que não somos melhores... nem piores! Em qualquer país, em qualquer continente, apenas pessoas buscando dar sentido à própria vida. Como diz Ana Vilela, "a vida é trem-bala, parceiro. E a gente é só passageiro prestes a partir!"
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