Há unanimidade quando se avalia e se chega à conclusão de que a solução dos problemas estruturais brasileiros passa pela educação. Há um questionamento: que educação? Afinal, da direita à esquerda fala-se em mudanças que não saem do lugar porque - até mesmo para quem discute o problema - quanto mais se fazem fóruns, os "formadores de opinião" continuam sendo chamados às mesas de debate e... não mudam nada!
A classe média baixa é o termômetro para as mudanças. Nos últimos tempos, oscila entre as benesses de governos que lhe alcançam migalhas, ou mergulha em cálculos que, muitas vezes, levam seus recursos e paciência. Este vai e vem é que define a sua participação nos "movimentos populares", seja indo à rua abater uma presidente ou calar-se quando pensa que vai desfrutar de benefícios de uma possível melhoria econômica.
Nossos antepassados viviam "tranquilos" na sua educação enciclopédica. O conceito era claro: decorar e aplicar, valendo para todas as áreas. Depois, quando esta regra não deu mais certo, porque começaram as dúvidas do quanto a teoria servia a prática e, especialmente, com a pergunta do "porquê?", o certo virou duvidoso.Na dicotomia radical de que é branco ou preto, se um conceito não estava certo caiu, então, na vala comum, e estava errado. Deveria ser descartado. Partiu-se para tentar outras alternativas, que vieram acompanhadas das novas tecnologias, jogando o processo de educação num dilema que a História ainda não conhecera.
Educadores já se dão conta de que mudanças abruptas não são a solução. O processo de aprendizado parte da base que o estudante tem em família e sociedade. Neste encontro, o educador vai ter que aprender, também, a reorganizar seus conhecimentos. Mais, vai precisar se esvaziar de preconceitos, já que um novo tempo pede a consciência da sua própria finitude diante do volume de conteúdos.
Aqui e ali, já encontram-se educadores e educandos fazendo esta síntese. Alimentam a chama da esperança de que o fundo do poço possa ser ao estilo daqueles atletas radicais que saltam em cordas de uma ponte. Jogam-se no desconhecido com a certeza de que ensinar e aprender ainda pode ser um elo que jogue adrenalina numa relação desgastada.
Este intercâmbio de mundos tem sentido quando na prática se tem respeito e confiança pelo aprendizado do indivíduo. As marcas ficam por toda a vida quando o processo de educação é acertado: é uma viagem na qual se sabe de onde saiu, mas as perspectivas são múltiplas, já que, para além de todos os conhecimentos, o mais importante é ver alguém capaz de caminhar com as próprias pernas. Realizado... e feliz!
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