A discussão em cada intervalo de aulas é a mesma: o que está acontecendo com nossos alunos? Porque não conseguimos fazer com que se interessem e demonstrem mais atenção e respeito pelo professor, colegas e conteúdos apresentados? Um bom número deles entra em sala de aula atrasados, mas com a empáfia de quem merece tapete vermelho para um desfile, além de conversar com colegas e arrastar cadeiras, gerando dispersão e irritação nos demais.
O que já ouvi de mais interessante a respeito diz que novos valores – embora não saibamos bem quais são – estão buscando espaços e reproduzir o que aprendemos de nossos professores já não é o suficiente. Diante da realidade, jovens apresentam apatia e medo, tendo pela frente um horizonte em que mesmo nós – mais velhos e mais experientes – não temos certeza do que poderemos ofertar de concreto.
Todas as experiências positivas em educação, hoje, passam por motivação e parceria. Mas são realidades que até apontam o futuro, mas ensinam a viver melhor o presente. Em periferias onde os professores foram criativos a ponto de buscar no esporte, na cultura ou na curiosidade um elemento de cumplicidade, o que vale é aquilo que pode ser feito agora. Parece que viver plenamente cada dia é uma forma de colocar tijolo a tijolo na grande construção da vida.
Conversas entre educadores mostram que também nós estamos com dificuldades de dizer o que vai acontecer. Brinco com meus alunos que eles podem aproveitar bem um professor ou não. Os que se fazem humildes diante do conhecimento - e que o buscam com determinação - vão ocupar lugar no mercado. Mas, o que demonstra saber tudo, esnobando professor, colegas e o conhecimento que poderia adquirir, pagará um curo – e bem – e voltará para o emprego que tinha. Educação não é sina. Educação é construção. Uma construção que se vive passo a passo, tijolo a tijolo. Não há como se determinar ao que vamos chegar, mas se é difícil fazê-lo, suando a camisa, fica pior se desistimos e deixamos desmoronar as poucas perspectivas que poderíamos ter tido.
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