Foi o Régis Rasia (amigo/irmão da igreja Nossa Senhora da Natividade de Ijuí/RS) quem me apresentou à música Pilares, do nativista Miro Saldanha. Régis estava convicto de que ali havia mais do que uma lição religiosa ou moral, necessária a quem pensava em constituir família, que era e é o seu caso. Escutei a música, pela primeira vez, entre Ijuí e Cruz Alta, com a “interpretação” de meu amigo. Depois a ouvi muitas vezes, inclusive quando Miro se apresentou num programa da Televisão Educativa do Estado. E foi sempre emocionante porque é o grito de um pai tentando fazer com que sobrevivam valores que a sociedade sempre teve como referência e que, hoje, são relativizados ou mesmo desprezados.
O refrão diz: “me ajuda, Pai, quero criar meus filhos, do jeito que meu pai criou a mim. Me ensina a vencer tantos empecilhos e acreditar no certo até o fim. E a força da verdade ainda vale, do jeito que valia lá de onde eu vim. Pois temo que meu filho um dia fale: “verdades mudam”. Não é assim.” A interpretação teve garra e emoção na voz e no instrumental, fazendo parar para pensar. Não era nenhum “pregador” a ter esta preocupação, mas a expressão de um pai assustado com o que seu filho pode enfrentar e mesmo vir a pensar ser a verdade. E no caso do Régis, alguém que ainda vai constituir família, ainda vai ter filhos e que já se sente desafiado a olhar para o futuro querendo que ele seja diferente do que diversos setores estão propondo.
Nossas conversas a respeito marcaram e me impediram de perder a esperança. Os valores bradados pela música – pilares - foram passados pelos pais do Régis e agora quer repassar em sua vivência religiosa na pequena e agradável cidade, assim como nas suas relações sociais. Sonho, com certeza, de ver muitos “Régis” por todos os lugares por onde ando, falando exatamente disto: embora haja uma cultura de contra valores, ainda é possível construir um mundo diferente, a partir do momento em que pais se negam a relativizar ou abandonar valores. Sabem que o exemplo é a melhor forma de solidificar valores de fé, ética e moral. Não há outro caminho. Mas, com certeza, existem muitos outros descaminhos.
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