terça-feira, 24 de dezembro de 2024

Tenhas as marcas do Natal

A rede de supermercados Zaffari há muito tempo se destaca nesta época pela sensibilidade com que conduz suas mensagens de Natal. O institucional do grupo não poderia ser diferente, este ano. Destacando duas frases que podem ser os bordões que se deseja ouvir e provocam: “O Natal nos faz melhores” e “Que o Natal continue em você.” Na primeira cena, papai Noel retira de um baú seu tradicional chapéu vermelho, transportando-se para o menino que desperta e marca no calendário a proximidade do dia tão esperado.

Brincando, sozinho ou com amigos imaginários, como um toque de magia, produz seu próprio universo, onde o que parece material descartável é suficiente para criar “presentes”, dando vida aos “seres” com os quais se cerca. Pequenos objetos, detalhes e muita imaginação. Com as “companhias”, resta esperar o dia em que os moradores fazem os preparativos para que o encanto aconteça no espaço compartilhado por crianças e adultos. A espera da aldeia é quebrada pelos sinos anunciando o tempo de puxar seu carrinho.

Em meio à festa, aguardar. O relógio passa de forma diferente, no mundo dos adultos e no das crianças. O que pareciam “sobras”, transformou-se nos pequenos objetos entalhados em madeira, que distribui para a meninada. Mas faltou um… Que caiu do saco de carga, num solavanco, durante o percurso. Aquele menino não receberia seu mimo. Enquanto lágrimas corriam no rosto do desafortunado, o pequeno “Noel” percebe que está com o seu bonequinho preferido, companheiro de todas as horas e de todos os lugares.

Entrega seu “parceiro” com pesar, sabendo que é o certo. Num abraço terno de duas crianças, as lágrimas fundem-se na cumplicidade e demonstração de carinho. Os adultos dirão que é assim que se amadurece. A criança apenas pensou em fazer o que era preciso. É quando “Noel” recebe seu primeiro gorro vermelho, por ser “um bom menino”. Enquanto a neve cai sobre a praça, casas e bosques, a cena fecha no idoso papai Noel que estava lembrando dos seus primeiros tempos, fazendo feliz a quem o fazia igualmente feliz...

“Natalizar-se” é redescobrir sensibilidades: o sorriso do bebê que brinca no colo da mãe; o olhar terno da criança que te aborda na mesa de um bar; a história que se ouve e se mareja uma lágrima; lembrança de quem poderia ter estado mais um Natal em nossa companhia… As marcas da festa do Menino Deus se fazem presentes na família que acompanha, amigos que inspiram momentos de felicidade, em todos que, por um instante, deixam de lado a correria do ano inteiro, acreditando que: “o Natal nos faz melhores”.

Então, que o Natal permaneça contigo! Deus abençoe a ti e à tua família. Meu grande e carinhoso abraço!


domingo, 22 de dezembro de 2024

Simplesmente assim: Colo

Coloca a fé no altar do teu coração.

Envolve-te no silêncio de Deus,

A religião de quem busca a crença em comum.

A intimidade com o Eterno serena o espírito e

Permite que estejas em paz contigo mesmo. 





Natal e Ano Novo são tempos de se energizar.

Recarregar as carências da fé:

Aceitar que o zelo de Deus alcança 

O que parece impossível.

O colo do Eterno é abrigo, abraço e carinho…


sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

A estrela da esperança e da paz

Aplaude o Sol 

Que te acena, por sobre o mar.

Encanta-te com a palheta mágica pintando 

O horizonte de cores surpreendentes.

Silencia ao ver as estrelas 

Começarem a espocar nos céus.

Mas ainda falta alguma coisa.

Não desgruda o olhar do firmamento…


Quando aparecer a Estrela Guia,

 Se estiveres cansado do dia a dia, 

Conforta-te sabendo que ela corisca nos céus,

E repousa nos olhos de quem se ama.

A que se coloca por sobre a árvore de Natal

É sinal, posto no firmamento,

Depois de cruzar por sobre Belém,

Servindo como lembrança e advertência.


Em uma manjedoura, num estábulo,

Descobre-se que o brilho somente tem sentido

Ao aquecer os corações, como

Luz que transborda em cada gesto de carinho.

A consciência de carências e completudes

Da mãe que recebe seu primeiro filho,

Do amigo acolhido na tristeza,

Do ser amado, que se ancora num abraço.


A Estrela Guia está sempre lá.

Talvez não seja a de maior brilho,

No entanto, tem o atrativo do amor infinito,

Esperando que se abra os olhos,

Supere as luzes da cidade,

Vença o que impede de buscar o próprio rumo.

Não é caminho, é horizonte,

O sentido de não se perder o arrimo da fé.


O maior de todos os presentes,

Quando o Menino Deus

entrega aos homens uma razão para viver.

A Estrela Guia é sopro de vida no coração.

O Natal renova sonhos e esperanças,

Quando a doçura de todas as melodias

Harmoniza céus e terra,

Enchendo os corações de esperança e de paz!


terça-feira, 17 de dezembro de 2024

O difícil exercício da solidariedade

Existem palavras que, talvez, pela própria densidade do seu significado, tornem-se difíceis de se exercer na prática. É o caso de "empatia" e, por consequência, "solidariedade". Em ambos os casos, é mais fácil teorizar do que encontrar exemplos práticos de vivência. Vale para os articulistas (como eu) e todos os pregadores que deveriam se questionar, antes de qualquer conversa, qual foi a última vez em que exercitaram, exatamente, a empatia e a solidariedade. Um exame de consciência que pode assustar…

O caso da mãe que expôs a bancária que não quis ceder o lugar à janela no avião para uma criança. O primordial direito de quem comprou é ficar no seu lugar. Então, não querendo a troca, não havia o que discutir. A não ser por uma pessoa sem noção que se achou no direito de expor publicamente alguém que defendia seu direito. Saiu o tiro pela culatra. A maioria dos internautas deu razão à “vítima”, já que havia mais lugares à janela, mas o “pirralho” queria exatamente aquele lugar já ocupado.

O alarme foi acionado no sábado, 29, às 15 horas, como treinamento. Gostaria que esta interação do poder público com a sociedade fosse permanente, baseada em critérios técnicos e tendo o cidadão como preocupação. Infelizmente, ouvi pessoas dizerem que é um “inconveniente” e “invasão de privacidade” acessar um número privado para "incomodar ". Se acontecer algo - espero que não - estes mesmos “incomodados” vão estar angustiados pelo atendimento público, se estiverem em situação de risco.

A hipocrisia dos discursos que não batem com a realidade, especialmente quando se prioriza um “politicamente correto” que se repete até que vire uma “verdade”, transformando o rebanho em massa de manobra. Respeitar o direito de cada um é trabalhar pelo real bem-estar social. Passa, por exemplo, em ceder (não é, senhores juízes, que se manifestam contra que o teto salarial seja realmente “teto de salários”, sem exceções). Desprezando a população que luta por viver de um mísero salário mínimo. 

Petulância e achar que se é juiz e jurado, pelas redes sociais, no primeiro caso; cobrar do setor público o que não é sua obrigação, criticando quando atua, no segundo; distância existente entre a população e as elites político e administrativas do país. Em nenhum dos casos, funcionou, por pouco que seja, a empatia e a solidariedade. O difícil é conscientizarmo-nos de que estas ações são mais comuns do que se reconhece. Não somente nos casos que se tornam públicos, mas, no dia a dia, nos espaços da convivência de cada um dos cidadãos brasileiros…


domingo, 15 de dezembro de 2024

Simplesmente assim: Perdição

 

Um sorriso tímido vesgueia teus lábios,

O olhar, resgatado da solidão,

A testa, franzida por desencontros,

A mão ao lado do rosto,

Quando te perdias ao longe...

 

Momentos de silêncio,

Palavras desnecessárias.

Exercitar a paciência e tentar entender

Que o tempo passando não cura a dor.

Mesmo sem ser aceita,

Simplesmente lhe dá sentido…


sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

A escuridão da tua ausência

Somos feitos de sonhos inacabados.

O material incorpóreo

Que reúne ânsias e expectativas.

Resistimos à concretude,

Tendo no horizonte o sentido do devaneio.

Mesmo com quem se ama,

Luta-se para aceitar a finitude,

A imperfeição que adoça cada reencontro...

 

Ficam nas memórias, lugares onde se habitou e

O som cristalino de vozes e risadas.

Ali, o sentimento de vazio e de dor,

Com o desejo de que ainda consigas ser feliz.

Ao teu rosto esmaecer nas minhas lembranças,

Meu sorriso se perde na escuridão da tua ausência.

Foste em busca de novos horizontes

E eu não podia impedir que perseguisses teus sonhos.

 

As nuances do tempo desmaiam as memórias.

Fugidias, recolhem-se

Aos recônditos onde esmaecem as recordações.

O frescor da juventude deixa

Rastros que marcam por toda a vida.

Como as digitais do teu abraço no meu peito.

O motivo para aceitar tua partida,

E ser honesto com o meu próprio coração.

 

Pude, então, imaginar o alcance dos teus sonhos, 

Onde se mesclavam possibilidades e anseios. 

Aquilo que nossos olhos contemplariam,

Se tivéssemos ficado juntos.

Seria o Paraíso, a realização de todas as utopias. 

Onde se cobraria, apenas e tão somente,

um sorriso como o preço para ser acolhido.


Os mesmos caminhos, os mesmos lugares.

Ali, onde tudo parecia ter sentido,

Menos no dia em que precisei entender a tua falta.

Com o tempo,

Rasgam-se as vendas que obstruíram os sentidos.

A sensação de que o pouco que 

ficou é suficiente para que não se 

Desista de sonhar com a felicidade…


terça-feira, 10 de dezembro de 2024

Redes sociais: maldades e frustrações

Nos últimos dias, o Supremo Tribunal Federal (STF) atribuiu-se a tarefa de debater a responsabilidade das redes sociais e remoção de perfis falsos. Ocuparia lugar do Congresso Nacional que enrolou e não saiu do lugar. Infelizmente, também o Supremo não foi adiante, mostrando a “zorra” que se vive nos três poderes que, se não forem interesses próprios, batem cabeça e procrastinam. Há um vácuo legal que permite a proliferação de conteúdos nocivos e a polarização, especialmente pelos discursos de ódio e fake news.

Discutir as redes sociais não é novidade. Muitos países estão regulamentando seu uso, com o exemplo mais recente vindo da Austrália, onde o acesso somente poderá ser feito por pessoas com mais de 16 anos. Lógico que a grita foi geral, especialmente daqueles que veem em tudo “uma ingerência indevida do setor público”. “Ora, direis…” que exatamente para isto é que se elegem o executivo e o legislativo e se propõe a funcionar o judiciário. Poderes que deveriam ter a preocupação com a segurança do já esquecido cidadão…

São diversas pontas que não estão soltas, mas têm um mesmo condutor. Como o uso do celular. Eletrônicos são instrumentos que precisam ser utilizados para expandir a capacidade humana de agir. Meios, não fins. Infelizmente, o que se faz é transformar no “parceiro (a)” ideal que compensa a angústia, frustrações, medos como algo que prescinde das relações humanos. É triste pensar que muitos filhos acreditam que os pais saberem usar as redes sociais compensa a sua ausência na casa deles ou nas residências geriátricas.

Decepciona pensar que homens e mulheres bem pagos, que têm o dever constitucional de fazer o papel de legislar e fiscalizar, se omitem. Precisam colocar em discussão a liberdade de expressão, a responsabilidade das plataformas, a privacidade e até (porque não?) o impacto econômico que a regularização pode trazer. Chamando a Brasília quadros técnicos e humanistas, contribuindo e somando na discussão. Profissionais de diferentes áreas se debruçam sobre este tema, em nível internacional, com uma riqueza de contribuições.

O judiciário decepcionou novamente. Com um legislativo a cabresto dos seus interesses, fica-se órfão de quem poderia (e deveria) melhorar este aspecto da vida social, responsável pela polarização política vivida, hoje, no Brasil. Com as facilidades da internet, pode-se percorrer o mundo e saber o que deu certo e o que deu errado. Não é preciso reinventar a roda. Basta pensar que crianças e idosos não precisam ficar indefesos diante de quem transforma as redes sociais em latrina, onde despejam maldades e frustrações.