Artigo da semana:
“Ressignificar” é uma palavra poderosa. Uma amiga gosta muito de usá-la em seus textos. E passei a olhar de uma forma diferente para ela. Não é o mesmo que “narrativa”, que já vem eivada de nuances ideológicas, capaz de suportar mais significados do que aquele que lhe é dado pelo dicionário, ou pelo entendimento dos estudiosos. As próprias palavras carregam seu peso de significados (sim, no plural) conforme o seu uso, a ocasião e a história de quem constrói o próprio modo de fala (o seu discurso).
Só para refrescar a memória. Tem-se um “ressignificar” quando se faz a junção do prefixo “re-”, que indica repetição ou algo de novo, com o verbo “significar”. Portanto, é, essencialmente, atribuir um novo sentido a algo. |Um processo de transformação que envolve a atribuição de diferentes acepções, buscando a superação de padrões antigos e a construção de novos entendimentos sobre a realidade. Pode parecer meio complicado, mas não tem importância, são coisas da língua portuguesa…
Hoje, uma das áreas em que se faz presente é, exatamente, a da comunicação social, especialmente pelos meios de comunicação convencionais, como rádio, televisão, jornal e cinema. A dinâmica das novas mídias fez o que não se previa no final do século XX: a reformulação da forma como estão presente na vida das pessoas. Para quem lembra do radinho de pilha, por exemplo, ele foi substituído pelo celular, que oferece uma gama de serviços, incluindo as rádios comerciais e institucionais.
Emissoras que se ressignificam precisam investir em novas tecnologias e parear conteúdos em variadas plataformas. Exigindo muitos (e bons) investimentos técnicos e adequação profissional. Voltou-se ao caso das emissoras de rádio, hoje, utilizando de recursos de texto e imagem, que possibilitam enriquecer o seu tradicional conteúdo de áudio. Com uma rica gama de opções, infelizmente, em muitos casos, virou apenas um veículo de rádio que também se assiste na tela.
Ressignificar… Num tempo em que meios de comunicação optam por pautas pobres, especialmente de polícia e escândalos, cria-se um desafio.A pressa da informação não significa a velocidade do conhecimento. Uma enxurrada de notícias não significa alguém bem informado. Mesmo que nem todos a entendam, resta o entretenimento e a vulgaridade desgastando o sentido da cidadania. Comprova que novos recursos nem sempre melhoram a vida. Às vezes, apenas disfarçam velhos problemas…
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