sexta-feira, 1 de novembro de 2024

A tatuagem dos silêncios impronunciados

“Vire a página”.

Na placidez de um momento 

Em que a serenidade se faz presente,

Quando a leitura prossegue

Adoçada pelo murmúrio da imaginação.


No instante em que as folhas 

Vão passando por sob os dedos,

Instigando o

Encanto dos personagens que tomam vida,

Os ambientes e as paisagens que se reconstroem,

O mergulho possível pelo mundo da fantasia…


Sem que se perceba

A vida dá, muitas vezes, 

A oportunidade de folhear um livro especial.

Desde a possibilidade de se saber que

A leitura continua da obra

Encontrada num sebo, livraria,

Biblioteca ou entre pertences

Guardados para algum momento futuro.


Virar a página é garantia de que 

Valeu a pena continuar, insistir e não desistir.

Da mesma forma que se

Enfrentam momentos difíceis,

Quem sabe os que nas memórias 

Serão os mais sublimes, 

Marcando etapas,

Superando as próprias resistências.


O momento certo de trocar a página

É pleno de convicções e desafios.

Não basta apenas apelar para a razão,

Precisa ter a marca da intuição, 

Dos sinais que os sonhos,

Vívidos e sarados, 

Deixam no próprio coração.

 

“Virar a página” é cerrar os olhos

E viajar por mundos de cumplicidade.

Pode ser

A fagulha na mata que incendeia,

Ou, quem sabe, 

Uma réstia de fogo no olhar 

Despertado por uma paixão.


“Virar a página” é

Aceitar que os sentimentos são diferentes

Para quem se desafia a viver a magia das letras.

Mergulhar no que o autor sentiu,

Sabendo que não se emerge

Sem a tatuagem dos silêncios impronunciados.

O fragmento do que é efêmero

Gravando no espírito a melancolia

Do que fica sempre por ser alcançado…