O Rotary Club Pelotas Centenário completou 15 anos, comemorados no dia 5 de março. Festividades deste tipo tem o condão das lembranças. Desfilam pelo pensamento o quanto é bom reencontrar pessoas com as quais se conviveu durante uma etapa da vida (Martha, Maria Lúcia, Valeska, Olga, Armando, Fernanda, Laudecena, Laura...). Como se faz memória de quem já partiu e merece lugar nas nossas histórias, caso do Francisco e Vera Assis, e da Ivone do Amaral.
Enquanto eram realizadas homenagens, pensei no que antecedeu a criação do Club. Estava pronto para deixar o Rotary. Entendia que já não respondia àquilo que me havia proposto: lugar de encontro, companheirismo e abrir portas aos alunos da Comunicação da UCPel para intercâmbio. Quando percebi que não era o único, haviam outros com pensamento idêntico que, articulados, criaram um novo Club, do qual a Martha foi a primeira e, na sequência, acabei sendo o segundo presidente.
Volto ao menos uma vez por ano às reuniões almoço, tratando de questões ligadas à fé. Final do ano, ao término do encontro, me surpreendi com o convite da presidente para que se rezasse um Pai-Nosso. A oração universal que une cristãos de todas as tendências e filosofias. Respeitadas as diferenças, o grupo confirmava que, para além de suas propostas, se comprometia engajado em mudanças no Mundo, especialmente na relação com os outros e a sua espiritualidade.
Muitas lições aprendidas, boas e gostosas risadas, sorrisos e abraços acolhedores... Por ocasião da minha posse na Academia precisava de um ramo de Louro para cada acadêmico. A Ivone disse que no seu sítio havia. Fomos até a divisa com Canguçu. Enchemos o porta mala e retornamos. Depois, encontro meu pai que pergunta por onde andara. Contei. Riu e me levou ao pátio. Minha santa ignorância não registrou: havia um pé de Louro com galhos suficientes para a posse de muitos acadêmicos...
Contei para alguns e, durante bom tempo, era motivo de brincadeira quando se tentava encontrar alguma coisa mais difícil: "será que não tens no teu pátio?" Tínhamos uma instituição de nível internacional que propiciava engajamento em campanhas humanitárias e se fazia presente em instituições locais de saúde (equipamentos básicos) e educação (discernimento profissional). "Companheirismo" passava a ser real para pessoas que, de outra forma, possivelmente, não tivessem se encontrado e convivido...
A sensação é de gratidão. Quem perseverou esforça-se para melhorar as relações sociais. Quem já deixou sabe que foi bom... enquanto durou! Para todos, o sentimento, como disse a Martha, era de que ali encontrou e formou amigos. Como tudo de bom na vida, se queria mais... mas foi suficiente para saber que, mesmo em momentos difíceis, se acalentam boas lembranças, que deixam uma doce e meiga saudade!
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