A primeira disciplina do meu curso foi Introdução à Teologia. Como resultado de uma das conversas precisávamos produzir um texto respondendo a questão: “porque ser cristão?” Muitas coisas me vieram à cabeça. Mas, claramente, que ser cristão é uma bênção e um desafio.
Uma bênção porque a maior parte de nós traz consigo das raízes – fator cultural - por onde também andaram nossos pais. Nas manhãs se aprendia a pedir a bênção - assim como à tardinha – e decorar, mesmo que fosse na entrada do sono, as orações que nossas mães repetiam e que balbuciávamos. Assim foi com o Sinal da Cruz, o Santo Anjo, a Ave Maria, o Pai Nosso...
Na maior parte das vezes havia um grupo próximo: da família, amigos, vizinhos, que também viviam a mesma fé e buscavam a mesma prática religiosa.
Desafio, porque na idade escolar o Mundo mostrava que a nossa religião não era a única. Dependia do quanto nossa personalidade havia se sedimento em bases firmes para não abandonarmos o barco, ou mesmo buscar outros mares para navegar. A falta de uma formação mais sólida tem tudo a ver com uma sociedade que, brincando, não pode ser chamada de ateia, mas, se for agnóstica, está mais para “à toa”!
Passamos a adolescência, a juventude e entramos na maturidade precisando encontrar a própria identidade religiosa. O desafio é amadurecer ou manter uma religiosidade infantil. O que nossos pais nos repassaram já não é suficiente e novos tempos pedem novas atitudes.Ser cristão, hoje, é um estilo de vida. Muitos são aqueles que se dizem pessoas de fé. Mas poucos admitem uma prática religiosa. Os números das estatísticas ainda são maquiados por um comportamento de pessoas que seguem padrões culturais e se dizem cristãos por inércia.
O sonho das religiões predominantes sempre foi exatamente isto...um sonho! As massas fazem parte de eventos pontuais. O desejo de ter uma mídia engajada é ainda mais distante. E mesmo sem tudo isto, estamos bem mais próximos de voltar ao cristianismo de origem onde o conhecer se refletia no testemunhar.
Quem sabe ainda mereçamos ouvir o ressoar do passado, em que aqueles que convivem em sociedade nos vejam marcados por uma mesma postura: a busca de viver o Evangelho.
O papa Bento XVI, quando falou de um dos padres do início do Cristianismo, Irineu de Lyon, lembrou que para reavivar a fé e a prática religiosa é preciso ter consciência de que: "o Evangelho pregado é simples... não é o que foi inventado por intelectuais... é onde está a verdadeira revelação de Deus".
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