Quando as aulas do curso de Teologia do Instituto Paulo VI (Seminário - Pelotas) iniciarem nesta terça (21) serei um dos alunos do primeiro ano. Ainda lecionava na Escola de Comunicação da UCPel e já falava a respeito com outros professores que manifestavam igual interesse: chegaria o momento, depois de cumprida a etapa da Universidade, de alçar novos voos.
O sonho sempre ficou entre aquilo que se diz como vontade e o dia a dia em que se jogam perspectivas para um distante tempo, muitas vezes, do apenas idealizado e nunca concretizado. No meu caso, um aprendizado que passou pela aposentadoria, zerar um câncer, deixar de lado o álcool, aprender a conviver com as perdas, cuidar de idosos e, mesmo assim, deixar o estresse como parte do passado.
Pensei ser um caminho natural para quem trabalha com formadores de opinião, especialmente com o pensamento cristão/católico. Este ano, especialmente, participo de atividades de comunicação pessoal, interpessoal, de grupo e meios, com ministros e diáconos da Igreja Católica, grupos de idosos, lideranças comunitárias, estudantes do Propedêutico do Seminário Menor, e continuo a ser professor de Comunicação e Pastoral no mesmo curso do qual, agora, vou ser aluno.
A primeira pergunta quando digo o curso que vou fazer: "vais ser padre?" Não é uma opção descartada. Ao contrário, vai depender de como as coisas evoluem, pois sempre deixei claro que meu primeiro "sacerdócio", hoje, é cuidar da minha mãe (dona França, 92 anos em junho). Não há obstáculo nenhum da minha parte. Este é um tempo de discernimento e de ver se a própria Igreja precisa do que posso oferecer.
Há muitas formas de servir à comunidade. É exatamente este o meu objetivo: trabalhar com a comunicação, hoje, é alimentar o comunicador, fazer com que os agentes que estão diretamente ligados ao povo saibam que precisam ser melhores mensageiros. Ainda estamos longe disto. Durante muito tempo, as Igrejas compraram meios de comunicação e não prepararem aqueles que deveriam atuar nestes meios.
Paga-se um alto preço. Qualquer jovem, hoje, sabe melhor do que eu utilizar os recursos de Internet e eletrônicos. Porém, para trabalhar melhor, precisa-se de gente que provoque, além de uma postura ética, a transformação dos meios em espaços verdadeiramente cristãos (não confundir com "igrejeiros").
O professor Silon, num encontro com alunos de Teologia disse: "os cristãos têm uma bela mensagem. Mas são péssimos mensageiros". Minha volta aos estudos é uma tentativa de me fazer um melhor mensageiro. E desafiar os diversos grupos a se saciarem deste belo conteúdo, capacitando-os a serem os anunciadores que a mensagem merece.
Nenhum comentário:
Postar um comentário