Muitas lições ficam com a tragédia acontecida com os integrantes da delegação da Chapecoense. Durante um bom tempo ainda vai se discutir o que aconteceu, especialmente as causas que levaram à morte de tantos jovens, lideranças do setor esportivo de Chapecó e dos meios de comunicação local e nacional.
As vidas foram ceifadas porque a empresa responsável pelo avião resolveu economizar. Para diminuir custos - o necessário para uma reserva de emergência - resultou na volta para o Brasil de dezenas de corpos que não sobreviveram à queda do avião que precisou ficar no ar mais tempo do que tinham "planejado" e teve constatado que não havia mais combustível armazenado.
A esposa do comandante - também proprietário da companhia aérea - disse que o marido não pode ser responsabilizado porque morreu junto. Como assim? Parece aquela história antiga que, depois de morto, vira "bonzinho" automaticamente! Mesmo morrendo junto, não pode ser eximido de responsabilidade. É claro que na Justiça, não podendo arcar com o peso de uma condenação, o deve a própria empresa.
Agora que se torna público o processo de contratação da companhia, surgem detalhes. Fica o fato de que o comandante acreditava que, por suposta perícia, conseguiria fazer um voo com o combustível no limite e... apostava na sorte. A sorte não lhe sorriu e, como dizia um conhecido, neste caso, "a economia foi a base da porcaria".
Dando certo, embolsaria para a sua empresa a importância que já devia ter colocado no plano de voo e, consequentemente, usufruiria de outra forma. Acabou carimbando como o preço de 71 vidas, inclusive a sua. Banalizou a própria existência, assim como criou uma comoção internacional, por não entender a outra lição que também se tira do infortúnio: a capacidade do povo colombiano de ser solidário e respeitoso.
Grandes lições: um menino, nas montanhas, conduziu o resgate para encontrar mais um com vida; ofertas de carros, para acessar os lugares mais difíceis; serviços de segurança que vestiram, literalmente, a camiseta da Chapecoense; autoridades que deram ao Mundo uma cerimônia simples mas encantadora e a presença do povo que talvez nem saiba onde fica Chapecó, mas foi solidário na dor.
O olhar carinhoso dos colombianos encantou e consolou. Foi bem maior do que as mesquinharias de quem preferiu arriscar vidas para ganhar vantagens numa economia sórdida. Hoje, não conseguimos ver com clareza os fatos que vão virar História. Mas é certo o que publicou um site do Atlético de Medellin: os rapazes da Chapecoense "vieram por um sonho. Partiram como uma lenda". Descansem em Paz!
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