No domingo (6) estive na comunidade Sagrado Coração de Jesus (Paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Pelotas), com lideranças, conversando a respeito da Campanha da Fraternidade Ecumênica (Planeta Terra, casa comum, nossa responsabilidade) e do Ano da Misericórdia, proposto pelo papa Francisco, que vai até novembro deste ano, que pediu: "abram o coração a esta misericórdia, escancarem o coração, para que exista a alegria, a alegria do perdão de Deus."
A celebração do Jubileu se origina no judaísmo. Consistia em uma comemoração de um ano sabático que tinha um significado especial. A festa se realizava a cada 50 anos. Durante este tempo os escravos eram libertados, restituíam-se as propriedades às pessoas que as haviam perdido, perdoavam-se as dívidas, as terras deviam permanecer sem cultivar e se descansava. Era um ano de reconciliação geral.
Apresentei aquilo que a Igreja organizou para que os Católicos, especialmente, façam deste ano um momento especial de parada para as suas reflexões e tomada de atitude diante da vida. O material utilizado para motivar a meditação, feito pela Diocese de Coimbra, terminava com uma frase pontual: "é necessário que as pessoas vejam o rosto de Deus".
Já havia ouvido diversos religiosos falarem a respeito e, especialmente num depoimento, me deparei com um argumento que era especialmente forte, me seduziu e fiz questão de apresentar às lideranças: qual é o rosto de Deus? Na verdade, o rosto de Deus é o rosto de cada um daqueles que se apresentam como seus agentes em fazer melhor a casa onde moramos (a Terra) e também tornam melhor as relações com aqueles com quem convivem.
Na tradição Judaico Cristã, há um elenco de obras de misericórdia (seguido também pelo Islamismo). Corporais: dar de comer aos famintos; dar de beber aos que tem sede; vestir os nus; acolher o estrangeiro; visitar os enfermos; visitar os encarcerados; sepultar os mortos. Espirituais: aconselhar os duvidosos; ensinar os ignorantes; admoestar os pecadores; consolar os aflitos; perdoar as ofensas; suportar com paciência as injustiças; rezar a Deus pelos vivos e pelos mortos.
Os valores apresentados, hoje, pregam o utilitarismo, a beleza, o próprio prazer, entre outros, não servindo para quem já não consegue produzir, em idade avançada, fora dos padrões estéticos, debilitado ou deficiente. Dá-se, então, um sentido especial à palavra "misericórdia". A Igreja pede que se olhe para as mazelas que encontramos nos diversos continentes, mas que não esqueçamos que sem uma mudança interior, não há o que fazer nas relações sociais: é um tempo de cuidar com o coração!
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